Nunes, com dois golos, aos 13’ e 41’, e Adílio, aos 34’, foram os heróis do até agora único título mundial do Flamengo, na final de Tóquio contra o Liverpool. Os jogadores daquela fabulosa equipa de 1981, liderados pelo inesquecível Zico, marcaram a época, e desde então são cultuados pela imensa torcida do clube mais popular do país que respira, transpira, vive o futebol.
De lá para cá, anos a fio de reveses e derrotas inacreditáveis em competições internacionais. O Flamengo parecia estar condenado ao seu passado glorioso, com gerações e gerações de rubro-negros a imaginar como seria conquistar a América e o mundo novamente.
O ano de 2019 começou da forma mais trágica possível para o clube de 124 anos de história, com um incêndio que vitimou dez garotos das camadas jovens do Flamengo. Este assunto ainda está longe de ser resolvido pela diretoria do clube, que ainda não chegou a acordo com várias das famílias afetadas pelas mortes de seus filhos.
No campo, o título carioca sobre o eterno rival Vasco da Gama seria o menos celebrado dos títulos do ano. A classificação a duras penas para os oitavos de final da Taça Libertadores e o mal futebol jogado pela equipa foram determinantes para a saída do treinador Abel Braga, no fim de maio. E veio Jorge Jesus, que como um vendaval, fez mudar praticamente tudo. Das sessões intensas de treinamento, o posicionamento dos jogadores, a pressão nos adversários. Logo no início da epopeia brasileira de Jesus, um enorme tropeço, com a eliminação em casa para o Athletico Paranaense na Copa do Brasil. E depois uma derrota quase comprometedora para o Emelec na primeira mão dos oitavos de final da Libertadores.
Mas, como com Jesus nada é calmo, uma reviravolta poucas vezes vistas ao longo de uma época brasileira. O título nacional conquistado com folga e numa campanha com recorde de pontos, pulverizando adversários e triturando treinadores. O dramático, épico, emocionante título da Libertadores, numa das mais emblemáticas viradas de marcador da história da competição, sobre um rival de peso como o River Plate.
A história do Flamengo estava a ser recontada e com sotaque bem português. E nos útlimos dias do ano que começou da forma mais triste possível, a possibilidade de reconquistar o mundo, e contra o mesmo rival inglês de 38 anos atrás. Gabriel, Bruno Henrique e Arrascaeta, entre outros, candidatam-se a ter os nomes cantados pelos próximos anos e décadas pela massa rubro-negra. Depois de tudo o que se viu ao longo deste louco ano, alguém duvida de uma vitória carioca sobre o hexacampeão europeu?
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