Apoiada por ruidosa multidão, a seleção feminina portuguesa de futebol deixou hoje a Cidade do Futebol rumo ao Aeroporto Humberto Delgado para viajar para a Nova Zelândia, onde disputará pela primeira vez o Mundial da categoria.
Instantes antes de iniciar viagem, o selecionador nacional Francisco Neto salientou a “grande missão” executada para que as jogadoras nacionais alcançassem o nível exigido para disputar um Mundial.
“A preparação foi a que temos vindo a fazer, mais propriamente agora nestes momentos, mas acima de tudo nos últimos anos. Temos exposto as nossas jogadoras nos últimos anos a jogar com as melhores equipas, nos contextos de maior adversidade possível,” recordou, convicto sobre os resultados práticos do trabalho efetuado.
Perante o apoio manifestado pelas cerca de três centenas de adeptos lusos que se posicionaram à entrada da Cidade do Futebol e entoaram o hino nacional, tocado pela Banda da Armada Portuguesa, para manifestar o seu apoio no momento da partida do autocarro que transportou a equipa nacional para o aeroporto, o técnico salientou a dificuldade da tarefa que se espera.
“Claro que é impossível replicar o que é estar num Mundial, mas o que tem sido a nossa grande missão foi dotar as nossas jogadoras destas grandes experiências internacionais para que depois possam estar mais preparadas. Sabemos que é uma montanha muito difícil de escalar”, reconheceu.
Francisco Neto insistiu na ideia de que uma preparação apurada é muito importante, mas de qualquer forma admitiu que “só quando tocar o hino no dia 23 é que nos vai cair realmente a ‘ficha’”.
“Vamos perceber a grandiosidade deste feito ,do que temos vindo a fazer e deste feito que agora atingimos,” concluiu o selecionador nacional, sorridente, tal como a médio Tatiana Pinto, que se mostrou reconhecida aos adeptos portugueses pelo apoio manifestado, prometendo tudo fazer para orgulhar as cores nacionais numa histórica participação num Mundial.
A futebolista de 29 anos valorizou o incentivo e carinho que a rodeava.
"Acima de tudo, passa-me pela cabeça uma enorme gratidão a todas estas pessoas que se deslocaram aqui para nos apoiar e deixar-nos uma palavra de carinho, conforto e força, e também a todas as pessoas que estiveram presentes no Estádio do Bessa”, defendeu.
"Temos sentido um carinho muito especial dos portugueses," fez saber Tatiana Pinto, internacional A por 102 ocasiões, mostrando-se ainda ciente da responsabilidade que pesará sobre os ombros da equipa lusa num momento nunca antes conseguido pelo futebol feminino nacional.
Ciente da exigência que a competição colocará, a experiente jogadora que constituirá uma forte opção para o meio-campo português assinala que “não vamos passear."
"Estamos a representar Portugal ao mais alto nível e o nosso objetivo é entrar para cada jogo tendo em mente que queremos ganhar. Esta seleção e este ‘staff’ já provaram que nada é impossível e é isso que queremos continuar a fazer,” garantiu.
Ainda antes, a equipa realizou um último treino em solo luso perante uma bancada repleta na Cidade do Futebol, composta por uma assistência entre a qual se encontravam familiares e amigos de várias das jogadoras nacionais.
Na sessão de treino, que durou pouco mais de uma hora, participaram 22 das 25 jogadoras - 23 convocadas e outras duas atletas de ‘reserva’, Alícia Correia e Maria Alagoa, que também viajarão com a equipa para a Nova Zelândia.
Somente a atacante Kika Nazareth, em recuperação a um pequeno problema no joelho direito, assim como a defesa Sílvia Rebelo e a médio Fátima Pinto, que realizaram corrida, foram poupadas ao treino que antecedeu a partida rumo ao Aeroporto Humberto Delgado com destino à Nova Zelândia - que organiza o Mundial em conjunto com a Austrália.
A seleção feminina está no Grupo E do Mundial e vai jogar contra os Países Baixos, em 23 de julho, o Vietname, em 27 de julho, e os Estados Unidos, no dia 01 de agosto.
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