A seleção portuguesa de futebol começou a qualificação para o Mundial2022 com 'serviços mínimos' mas tem vindo a subir de rendimento no Grupo A de qualificação.
Com seis partidas disputadas num grupo para o qual partia claramente como favorito, Portugal soma cinco vitórias e um empate, um desempenho que, à primeira vista, parece perfeitamente natural, face à oposição da Sérvia, a principal concorrente, Luxemburgo, República da Irlanda e Azerbaijão.
Mas os resultados e, sobretudo, as exibições indicam que os campeões europeus em 2016 têm enfrentado dificuldades inesperadas, tendo em conta a qualidade, 'gabarito' e estatuto que os jogadores lusos granjeiam, em comparação com os adversários.
A prova disso mesmo foi o arranque da fase de apuramento, em março, com três jogos em seis dias, o primeiro dos quais em Turim, em casa ‘emprestada’, então de Ronaldo, com um 'magro' triunfo por 1-0 sobre o Azerbaijão, 117.º colocado do ‘ranking’ FIFA, apenas 'desbloqueado' com um autogolo de Maksim Medvedev.
Na segunda jornada, o duelo que se antevia de maior 'perigo', em Belgrado, pareceu resolvido na primeira parte, assente numa exibição de qualidade e dois golos de Diogo Jota, só que, no segundo tempo, Aleksandar Mitrovic e Filip Kostic tiraram partido das desconcentrações lusas e fixaram o empate 2-2.
Sobre o final, Cristiano Ronaldo ainda conseguiu colocar pela terceira vez a bola na baliza dos sérvios, mas nenhum dos elementos da equipa arbitragem – num jogo sem VAR – viu o esférico ultrapassar por completo a linha de golo.
Poucos dias depois, um jogador nascido no Pragal, mas naturalizado luxemburguês, Gerson Rodrigues, abriu o marcador no grão-ducado e obrigou a seleção nacional a inverter o resultado, através de Diogo Jota e Cristiano Ronaldo, cabendo a Palhinha sentenciar o triunfo, por 3-1, aos 80 minutos.
No mesmo dia, a Sérvia vencia no Azerbaijão (2-1) e continuava a dividir a liderança do grupo com a equipa das 'quinas', antes de uma pausa de meio ano na qualificação, durante a qual Portugal 'caiu' nos oitavos de final do Euro2020, que tinha sido adiado devido à pandemia de COVID-19.
Esquecida a eliminação na competição e passado o 'testemunho' à Itália, a formação comandada por Fernando Santos retomou o caminho para o Qatar em setembro, mas de forma 'tremida' e 'obrigando' Cristiano Ronaldo a tornar-se o melhor marcador de sempre por seleções, graças a um 'bis', aos 89 e 90+6 minutos, que consumou a reviravolta (2-1) sobre uma República da Irlanda muito longe da qualidade de outrora.
Face à goleada da Sérvia sobre o Luxemburgo (4-1), a liderança continuava repartida, até que Portugal se isolou no topo, graças a um triunfo no Azerbaijão (3-0) - o único adversário que não logrou marcar à equipa lusa -, com tentos de Bernardo Silva, André Silva e Diogo Jota, aliado ao surpreendente e tardio empate que os sérvios cederam em Dublin (1-1).
Portugal tinha, assim, dois pontos de vantagem sobre a Sérvia, mas que, entretanto, foram ‘anulados’, tendo em conta que os sérvios venceram por 1-0 no Luxemburgo e passaram para a liderança, com mais um ponto do que a equipa das 'quinas', mas também mais um jogo.
Na última paragem para os compromissos das seleções, a turma das Quinas goleou o Luxemburgo e a Sérvia bateu o Azerbaijão por 3-1, mantendo-se tudo na mesma na frente. No Estádio do Algarve, um hat-trick de Cristiano Ronaldo, e um golo de João Palhinha e outro de Bruno Fernandes trataram de estabelecer a diferença entre as duas seleções. CR7 ultrapassava assim a barreira dos 800 golos na carreira desde que se tornou profissional, em 2002/03.
Nas contas do grupo, a Sérvia lidera com 17 pontos, seguido de Portugal com 16 mas menos um jogo. Já sem hipóteses de qualificação estão o Luxemburgo com seis pontos e a República da Irlanda com cinco. O Azerbaijão é último com um ponto somado.
Portugal joga esta quinta-feira em Dublin com a República da Irlanda, num jogo que não decidirá ainda os apurados. Vencendo ou empatando, a turma das quinas só terá de empatar no derradeiro jogo diante da Sérvia para terminar em primeiro e assim apurar-se diretamente. Se perder com os irlandeses, os lusos ficam obrigados a bater os sérvios no dia 14, próximo domingo, para garantir, desde já, o 'bilhete' para o Qatar.
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