Que recomendações podem ser dadas aos adeptos que vão estar no Qatar para acompanhar de perto o Mundial2022? Em relação ao consumo de álcool, sexualidade, código de vestuário e comportamento, são várias as regras a seguir por parte dos turistas presentes no emirado durante a disputa da competição (de 20 de novembro a 18 de dezembro).

Entrada no país

Apenas pessoas que possuem bilhete para um jogo estão autorizadas a entrar no Qatar a partir do dia 1 de novembro, acompanhadas por um máximo de três convidados, que devem pagar uma 'taxa de inscrição' no valor de 500 rials qataris (140 euros), exceto no caso de menores de 12 anos.

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No final da fase de grupos, a partir de 2 de dezembro, não será mais necessário ter bilhete para entrar no país. No entanto, ainda será obrigatório fazer o registo online para obter um cartão Hayya, que funciona como um visto. As taxas de entrada (500 rials) também deverão ser adquiridas para pessoas com mais de 12 anos de idade.

Ter um alojamento, reservada pelo plataforma oficial dos organizadores ou por outros meios, é obrigatória para espectadores que vão permanecer no país por mais de 24 horas.

Álcool, drogas e medicamentos

O consumo de álcool é legal para não-muçulmanos com mais de 21 anos, mas é estritamente regulamentado. É proibido levar álcool nas malas, mesmo que o produto tenha sido adquirido em "duty free". Os moradores podem comprar numa loja autorizada, mas os visitantes não. Estes podem beber na maioria dos hotéis internacionais, onde uma cerveja ou um copo de vinho pode custar cerca de dez euros e um cocktail mais de quinze.

As barracas de venda de cerveja vão abrir à volta dos estádios três horas antes do início das partidas e encerram trinta minutos antes do início desses jogos, voltando depois a abrir durante uma hora após o apito final. Na principal 'fan zone' da FIFA, o consumo de álcool só será possível após as 18h30. Nas outras 'fan zones' (algumas pagas), as regras variam.

O consumo e posse de drogas também é ilegal. "Considere uma penalidade severa (prisão, multa, expulsão do país) por posse, mesmo em pequenas quantidades", alerta a embaixada do Reino Unido aos seus cidadãos. A embaixada dos Estados Unidos também recomenda verificar a legalidade dos respetivos medicamentos, "especialmente estimulantes e analgésicos fortes", e viajar com receita médica.

Para além das restrições à medicação, não é permitido levar para o Qatar material religioso, pornográfico nem cigarros eletrónicos. Este tipo de objetos será confiscado pelas autoridades.

Código de vestuário e comportamento

O véu não é obrigatório para as mulheres. É esperado que os turistas se vistam “com modéstia”, cobrindo os ombros e os joelhos. Nas praias e piscinas dos hotéis é permitido usar biquíni, mas tal não é recomendado nas praias públicas.

As relações sexuais fora do casamento são proibidas em teoria, mas os serviços de saúde não irão perguntar às mulheres que precisam de tratamento médico se são casadas ou não, até mesmo se estiverem grávidas. As embaixadas recomendam que as vítimas de agressão sexual entrem em contacto com os serviços consulares perante as autoridades.

Apesar das leis que criminalizam os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, o site do cartão Hayya garante que não há "restrições" que impeçam "casais não casados de sexos diferentes ou casais (incluindo LGBTQIA+) de se hospedarem no mesmo quarto".

"A vida privada no Qatar é amplamente respeitada", diz a embaixada do Reino Unido. No entanto, alerta, assim como os organizadores, que demonstrações de afeto em público "podem ser consideradas ofensivas".

"Atividades como manifestações, reuniões de grandes grupos, proselitismo religioso ou defesa do ateísmo e discursos críticos ao governo do Qatar ou do Islãopodem ser processados criminalmente”, indica a embaixada norte-americana.

A FIFA insiste que as bandeiras do arco-íris são bem-vindas nos estádios, mas o Qatar pede cautela do lado de fora.
É proibido fotografar pessoas sem a sua autorização, assim como edifícios de instituições governamentais, militares e obras. Tampouco é permitido jogar lixo ou cuspir na rua.

Transportes

O Qatar, que "espera engarrafamentos", recomenda que os visitantes deem prioridade aos transporte públicos, gratuito para os portadores de bilhetes graças ao cartão Hayya.

O metro (que chega a cinco dos oito estádios) estará aberto das 6h às 3h da madrugada todos os dias, exceto à sexta-feira, quando começará a funcionar às 9h. O tráfego de autocarros será intenso para chegar aos estádios, ao aeroporto, a alguns alojamentos e às principais 'fan zones'. Haverá também táxis e VTC disponíveis.

Medidas ligadas à COVID-19

Nem a vacinação contra a COVID-19 nem os testes de PCR ou antigénio são obrigatórios para entrar no Qatar a partir de 1 de novembro. No local não será necessário realizar testes, exceto em caso de sintomas ou no dia seguinte ao contacto com um caso positivo. Os visitantes não imunizados serão obrigados a usar uma máscara por dez dias.
Qualquer pessoa que testar positivo será obrigada isolar-se por cinco dias e depois usar uma máscara durante outros cinco dias.

Para todos, o uso de máscara e a verificação da aplicação de rastreamento Ehteraz (no qual todos os visitantes maiores de 18 anos devem se registar antes do início de sua viagem) serão obrigatórios apenas nos centros de saúde.

O número de telefone de emergência no Qatar é 999 e haverá uma linha específica de assistência médica em funcionamento no 16000.

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