A Federação de Futebol da Alemanha (DFB) vai avaliar as possíveis ações contra a proibição da FIFA de serem usadas braçadeiras ‘One love” (‘um amor’) contra a discriminação LGBTQ+ durante os jogos do Mundial do Qatar.

"A FIFA proibiu-nos de dar um sinal de diversidade e direitos humanos. Brandiu ameaças massivas de sanções desportivas, sem concretizá-las", lamentou um porta-voz da DFB.

De acordo o jornal Bild, a DFB pode recorrer ao Tribunal Arbitral do Desporto para tentar contrariar a proibição da FIFA: o organismo sedeado em Lausana confirmou ainda nada ter recebido quanto a este assunto.

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Ao mesmo diário alemão, o ministro germânico responsável pelo desporto lamentou o “grande erro da FIFA”, considerando que “é de partir o coração de todos os adeptos ver como a FIFA está a lidar com este conflito nas costas dos jogadores”.

Um porta-voz do Tribunal Arbitral do Desporto referiu que não há precedentes do organismo se ter manifestado em situações análogas, considerando que o caso deve seguir, primeiro, para o comité de apelo da própria FIFA.

O organismo que rege o futebol mundial proibiu a ação idealizada por sete países europeus, ameaçando com sanções e comunicou segunda-feira que adiantou a campanha “Não à discriminação”, prevista a partir dos quartos de final do Mundial2022, a fim de permitir que os 32 capitães das seleções possam usar essa braçadeira durante o torneio.

A polémica das braçadeiras ganhou relevância quando várias seleções europeias se uniram no sentido de utilizar uma braçadeira de capitão com a inscrição ‘One Love’ (um amor), em alusão à igualdade, mas que a FIFA avisou não ser possível, ameaçando com sanções.

Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos e Suíça dispensaram assim os seus capitães do uso da braçadeira, face à possibilidade de serem penalizados, mas referiram estar “frustrados” com a inflexibilidade demonstrada pela FIFA.

O Qatar, o primeiro país do Médio Oriente a organizar um campeonato do Mundo de futebol, garantiu que todos os adeptos são bem-vindos, sem discriminação, porém a lei do país criminaliza a homossexualidade.

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