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Brasil foi o único da América Latina a registar agravamento no risco de ataques.
As recentes manifestações de rua no Brasil e a proximidade do Mundial de Futebol de 2014 elevaram o risco de violência ou ataques terroristas no país para este ano, revelou hoje a corretora "Aon Risk Solutions".
O estudo, divulgado hoje pela instituição de seguros, elevou de "médio" para "grave" o risco de o Brasil vir a sofrer atentados e episódios de violência este ano.
Pela avaliação, o risco foi aumentado em função dos protestos anti-governo que vêm sendo registados desde junho do ano passado, bem como pela visibilidade gerada pela realização do Mundial de Futebol, que acontecerá entre junho e julho desde ano, em 12 cidades brasileiras, bem como pela realização de eleições gerais, em outubro.
Entre os países analisados pelo estudo, o Brasil foi o único da América Latina a registar agravamento no risco de ataques.
Na África, Moçambique foi também o único, entre 37 países avaliados na classificação África Subsaariana, que piorou no índice.
A avaliação varia entre zero ("sem risco") a 5 ("grave") e tanto o Brasil quanto Moçambique foram avaliados na classificação 4, entendida como "alta".
Outros países que viram sua situação piorada foram Japão e Bangladesh, este último devido a agitações da sociedade civil, com mais de 70 dias de greves e protestos contra os baixos salários e más condições na indústria do vestuário.
Ainda segundo a pesquisa, o Médio Oriente continua a ser a região que mais sofre com o terrorismo, concentrando 28 por cento de todas as ações desse tipo registradas em 2013.
"A limitada recuperação política dos países pós-Primavera Árabe tem contribuído para o aumento dos riscos generalizados de ?altos' para ?graves' em toda a região", observa a análise.
Portugal manteve sua classificação anterior, no nível 2, "insignificante", enquanto Angola registrou melhora, caindo para o nível 3 (risco "médio").
O estudo aponta ainda os setores do comércio e indústria que foram mais suscetíveis aos ataques em 2013, apresentando o segmento de retalho (33%) e transportes (18%) como os principais alvos de ataques violentos no último ano.
A Aon é uma empresa de corretagem e seguros, com destaque na gestão de riscos. O Mapa de Violência e Terrorismo é realizado com o intuito de informar a seus clientes os principais riscos políticos para um investimento em outro país.
O mapa avalia 200 países e o nível de risco é calculado com base em ocorrências de greves, motins, agitação popular e distúrbios civis, danos maliciosos à propriedade privada, revoluções, rebeliões e amotinação, golpe de Estado e guerra civil.
Os dados são posteriormente avaliados por uma equipe de especialistas em segurança, enquanto a ameaça terrorista leva em conta ainda a intenção e a capacidade de grupos com esse perfil levarem perpetrarem ataques bem sucedidos.
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