“No jogo contra o Brasil, os jogadores da Coreia do Norte jogaram muito bem. A selecção chinesa, que também defrontou o Brasil no Mundial de 2002, devia ajoelhar-se e prestar homenagem à sua congénere da Coreia do Norte”, disse um antigo comentador desportivo citado pelo China Daily.
Na primeira ronda do Mundial na África do Sul, a Coreia do Norte perdeu, por tangencial 2-1, com o Brasil, e a Coreia do Sul e o Japão ganharam, 2-0 e 1-0, frente à Grécia e aos Camarões, respectivamente.
“O desempenho das selecções asiáticas tem sido espectacular e a melhoria do nível do futebol praticado na região entusiasmou os adeptos chineses”, realçou o jornal.
Quarta-feira, a fotografia que dominava a primeira página do principal jornal desportivo chinês era do avançado norte-coreano que marcou o golo ao Brasil, Ji Yun-nam.
A China, que ocupa actualmente o 84.º lugar do “ranking” da FIFA, só conseguiu qualificar-se uma vez para a fase final de um Mundial, em 2002, mas perdeu os três jogos que disputou, um dos quais por 4-0, com o Brasil, e não marcou um único golo.
Contudo, o futebol é cada vez mais popular e apesar das seis horas de diferença horária, a CCTV (Televisão Central da China) transmite todos os jogos em direto e depois em diferido, durante a manha e a tarde seguintes.
E entre os patrocinadores do Mundial na África do Sul figura, pela primeira vez, está uma empresa chinesa, a Yongli Solar, sedeada a cerca de uma centena de quilómetros de Pequim.
Mas, “a febre dos chineses pelo futebol parece limitada aos ecrãs de televisão”, alertou um crítico, realçando que Pequim ou Xangai têm poucos campos de futebol e o respectivo aluguer pode custar até 2000 yuan por hora (240 euros), “uma soma astronómica para crianças”.
A primeira vez que os chineses viram a final de um Mundial de futebol na televisão foi em 1978 e a profissionalização do futebol só foi autorizada quinze anos mais tarde, depois de o Partido Comunista se converter à economia de mercado.
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