Data de Nascimento: 9/06/1978
Nacionalidade: Alemanha
Presenças em Mundiais: 4 (2002, 2006, 2010, 2014)
Jogos em Mundiais: 24
Golos em Mundiais: 16
Títulos em Mundiais: 1 (2014)
Não é Pelé, não é Ronaldo, não é Maradona. Estará até longe de ser o mais reconhecido ou reputado dos pontas de lança da história de um futebol alemão, que contou com nomes lendários como Gerd Muller, Rudi Voller ou Jurgen Klinsmann, para referir apenas alguns. Mas é ele o melhor marcador de sempre em fases finais do Campeonato do Mundo
A verdade é essa: ninguém marcou mais golos do que Miroslav Klose em Mundiais. Foram 16, ao todo, em 24 jogos espalhados por quatro edições. Com um título mundial conquistado pelo meio. Números que fazem dele um dos maiores Cromos da História dos Mundiais.
O melhor goleador da seleção da Alemanha...que nasceu na Polónia
Miroslav Josef Klose nasceu na Alta Silésia, na Polónia, em junho de 1978. Era filho de um jogador de futebol que chegou a alinhar no Auxerre e de uma jogadora de andebol. Tinha nove anos quando se mudou para a Alemanha, onde os seus pais se fixaram depois de terminarem as respetivas carreiras.
Como a família da parte do pai tinha antecedentes familiares alemães, Miroslav Klose acabou por adotar nacionalidade alemã e foi aí que começou a jogar, nas camadas jovens do Blaubach-Diedelkopf, antes de rumar ao Homburg e, depois, ao Kaiserslautern, por quem se estreou na Bundesliga, aos 21 anos de idade, em 1999/00.
E não tardou a mostrar o faro pelo golo e a capacidade de finalização que o tornariam famoso: ganhou a titularidade na temporada seguinte, apontando 11 golos e ajudando o clube a chegar às meias-finais da Taça UEFA, chamando a atenção do então selecionador da Alemanha, Rudi Voller, que o convocou. Começava a escrever-se a história de Klose pela 'Mannschaft', logo com dois golos nos dois primeiros jogos, frente a Albânia e Grécia. É, ainda hoje, o melhor marcador da história da seleção da Alemanha.
A estreia em Mundiais deu-se em 2002, antes de se mudar para o Werder Bremen, onde esteve três temporadas (superando sempre a dezena e meia de golos).
Representou depois o gigante Bayern, onde esteve em grande nas duas primeiras temporadas (ultrapassando as duas dezenas de golos), mas quebrou a veia goleadora nas duas seguintes e acabou por se mudar para Itália e para a Lazio, onde acabaria por pendurar as chuteiras depois de 63 golos marcados em cinco temporadas pelo clube romano. Mas foi pelo que fez pela seleção da Alemanha nos quatro Campeonatos do Mundo em que participou que Klose acabou por se tornar numa lenda do futebol.
Hat-trick na estreia, recorde de golos em Mundiais e, enfim, o título de campeão do mundo
Klose estreou-se em fases finais de Campeonatos do Mundo no Mundial 2002, na Coreia/Japão e foi aí que se deu a conhecer em definitivo no panorama global. Vinha de uma profunda reestruturação depois do descalabro no Euro 2000, a Alemanha estreou-se com uns categóricos 8-0 sobre a Arábia Saudita e Klose mostrou desde logo ao que vinha, ao assinar um hat-trick com três golos de cabeça (o jogo aéreo era um dos seus pontos fortes). Na memória de todos ficou também a forma como Klose festejava os seus golos, com um salto mortal.
Não terão sido muitos os jogadores a estrearem-se em Mundiais com um hat-trick, mas Klose mostrou que não era fruto do acaso logo no jogo seguinte, ao marcar mais um golo no jogo seguinte, frente à República da Irlanda. E também marcou no terceiro jogo na fase de grupos, diante dos Camarões, outra vez de cabeça. Só que, depois de cinco golos na fase de grupos, e apesar de a Alemanha ter ido até à final (perdida para o Brasil), Klose não voltou a faturar.
Marcou sim no Campeonato do Mundo seguinte, em 2006, disputado precisamente na Alemanha. Klose voltou a estar em destaque logo no primeiro jogo, ao bisar no triunfo por 4-2 sobre a Costa Rica, voltando a bisar na fase de grupos ante o Equador.
Voltaria a terminar esse Mundial com cinco golos ao marcar frente à Argentina, nos quartos de final, mas o sonho do título voltou a não ser concretizado, com os germânicos eliminados pela Itália nas meias-finais. Klose, ainda assim, chegava aos 10 golos em apenas dois Mundiais e o recorde de golos em fases finais (fixado nesse mesmo Campeonato do Mundo de 2006 pelo brasileiro Ronaldo nos 15 golos, ultrapassando os 14 de outro alemão, Gerd Müller) era já apontado como uma possibilidade.
Klose chegou, então, ao Mundial 2010 com o intuito de se tornar no maior goleador de sempre em fases finais de Campeonatos do Mundo. Precisava, para tal de cinco marcar golos para igualar Ronaldo, ou de seis para o ultrapassar. Na partida de estreia, contra a Austrália, marcou um dos quatro golos do triunfo por 4-0 da Alemanha. Voltaria a marcar nos oitavos-de-final, contra a Inglaterra (vitória por 4–1), bisando depois contra a Argentina nos 'quartos' (vitória por 4–0 naquela que foi a 100ª internacionalização de Klose). Mas a Alemanha acabaria por voltar a cair nas meias-finais, ante a Espanha, e Klose voltaria a ver-se sem título e a ficar a um golo do ambicionado recorde.
Pensou-se que ambos esses sonhos ficassem por concretizar mas, já com 36 anos de idade, Klose esteve presente no Mundial 2014. Já não era titular, mas no segundo jogo dos alemães na fase de grupos, contra o Gana, saltou do banco para empatar o jogo com o Gana e, com esse golo, igualou desde logo o registo de Ronaldo.
Mas não iria ficar-se por aí: no histórico encontro das meias-finais com o anfitrião Brasil, que a Alemanha viria a ganhar pelos inesquecíveis 7-1, Klose foi titular e marcou o segundo golo germânico, chegando aos 16 golos em Campeonatos do Mundo e tornando-se então no melhor marcador de sempre em fases finais de Campeonatos do Mundo. Estava feita História, mas Klose não se despediria sem o concretizar de outro sonho: o de se sagrar campeão do mundo, com a Alemanha a bater a Argentina na final.
E depois do recorde e do título mundial?
Klose despediu-se da seleção após esse Mundial, mas ainda fez mais duas temporadas na Lazio, pendurando as chuteiras em 2016, perto de completar 38 anos de idade.
Passou, então a fazer parte dos quadros técnicos da Federação Alemã de Futebol antes de assumir o leme dos sub-17 do Bayern Munique e de integrar, depois, a equipa técnica da formação principal como adjunto de Hans Flick. Em junho último foi apresentado como treinador principal dos austríacos do Rheindorf Altach.
Klose dificilmente será lembrado como um dos melhores jogadores de todos os tempos. Mas o seu faro pelo golo e a sua capacidade de finalização permitiram-lhe gravar o seu nome na história dos Campeonatos do Mundo. E quem sabe quando (ou se) alguém será capaz de superar os seus notáveis 16 golos em fases finais de Mundiais.
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