Era então, em 1997, um ilustre desconhecido no futebol português, “escondido” no Nacional da Madeira, então na II Divisão B, que o tinha contratado a outra equipa insular, o Machico, também do mesmo escalão, onde alguém “teve olho” para reparar nas suas qualidades e ir buscá-lo ao Oriental de Lisboa, onde deu os primeiros passos como futebolista.
Costinha “aterrou” no Principado sem nunca ter pisado um relvado de um estádio da I Divisão em Portugal, mas isso não o impediu de se impor no clube, após uma fase de adaptação, conquistando estatuto de titular na época 1998/99.
Na temporada seguinte sagrou-se campeão de França e o futebol português foi forçado a reparar nele e a primeira convocatória à selecção nacional não tardou.
Foi um dos protagonistas da saga lusitana no Euro2000, disputado na Bélgica e na Holanda, na qual Portugal conquistou o 3.º lugar depois de “cair” aos pés da França, nas meias-finais da celebérrima mão de Abel Xavier.
Marcou um golo decisivo, frente à Roménia, no segundo jogo da fase de grupos, que nos garantiu a vitória e o apuramento imediato para os quartos de final.
Em 2001 regressou, finalmente, ao futebol português, contratado pelo FC Porto, à época treinado por Octávio Machado, onde viveu os melhores anos da carreira, que culminaram com a conquista da Liga dos Campeões europeus em 2003/04.
Já no ano anterior tinha sido uma “pedra” influente da equipa na caminhada para a conquista da Taça UEFA.
Ao vingar no FC Porto, cimentou o seu estatuto na selecção nacional, tornando-se um dos “indiscutíveis” de Luís Felipe Scolari, que lhe concederia uma das braçadeiras de capitão, por ver nele qualidades de liderança.
A presença na final do Euro 2004 foi o momento mais alto de Costinha com as cores nacionais.
Outro momento marcante da sua carreira foi o golo que marcou ao Manchester United, nos últimos minutos do jogo da segunda mão, em Old Trafford, dos quartos de final da Liga dos Campeões, golo esse que garantiu ao FC Porto a passagem às meias-finais.
A saída do Dragão para o Dínamo de Moscovo, após a conquista da Liga dos Campeões, coincidiu com o início da curva descendente da carreira, a que se seguiram experiências mal sucedidas no Atlético de Madrid e no Atalanta, onde permaneceu duas épocas sem jogar.
Ainda participou no Mundial 2006, para o qual foi convocado após seis meses sem competir, a treinar no estádio do Restelo com o plantel do Belenenses, e onde chegou em má condição e fora de forma.
Apesar do sucesso colectivo decorrente do 4º lugar conquistado por Portugal, a sua participação, em termos individuais, saldou-se num fiasco.
Uma curiosidade: o “culpado” pela alcunha de Ministro, pela qual é conhecido, é o internacional francês Thierry Henry.
Como Costinha ia sempre de fato para os treinos do Mónaco, Henry começou a chamar-lhe ministro e, num ápice, propagou-se ao resto do plantel. Até hoje.
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