A Presidente do Brasil afirmou, na noite de terça-feira, que o país está pronto dentro e fora do campo para acolher o Mundial de futebol, que arranca na quinta-feira, rejeitando as críticas sobre os atrasos, gastos excessivos e caos nos preparativos.

“O Brasil venceu os principais obstáculos e está preparado para a Copa, dentro e fora do campo”, afirmou Dilma Rousseff, num discurso à nação transmitido pela rádio e pela televisão.

O Mundial de futebol arranca na quinta-feira, dia 12, em São Paulo, com o jogo inaugural entre as seleções do Brasil e da Croácia.

“Como se diz na linguagem do futebol: treino é treino, jogo é jogo. No jogo, que agora começa, os pessimistas já entram a perder. Foram derrotados pela capacidade de trabalho e a determinação do povo brasileiro, que não desiste nunca”, disse a chefe de Estado.

Os pessimistas “diziam que não teríamos Copa porque não teríamos estádios. Os estádios estão aí, prontos. Diziam que não teríamos Copa porque não teríamos aeroportos. Praticamente, dobramos a capacidade dos nossos aeroportos. Eles estão prontos para atender quem vier nos visitar; prontos para dar conforto a milhões de brasileiros”, sublinhou a Presidente brasileira.

“Chegaram a dizer que iria haver racionamento de energia. Quero garantir a vocês: Não haverá falta de luz na Copa, nem depois dela. O nosso sistema elétrico é robusto, é seguro, pois trabalhamos muito para isso. Chegaram também ao ridículo de prever uma epidemia de dengue na Copa em pleno inverno, no Brasil!”, observou Dilma Rousseff.

Face às críticas em torno da organização do Mundial, designadamente ao nível dos gastos com infraestruturas, a chefe de Estado brasileira destacou ser preciso olhar para as duas faces da moeda.

“A Copa não representa apenas gastos. Traz também receitas para o país. É fator de desenvolvimento económico e social”, disse, recordando que gera negócios, injeta milhares de milhões de reais na economia e cria empregos.

Dilma Rousseff destacou ainda outros benefícios que o Mundial traz para a população. “Construímos, ampliamos ou reformamos aeroportos, portos, avenidas, viadutos, pontes, vias de trânsito rápido e avançados sistemas de transporte público. Fizemos isso, em primeiro lugar, para os brasileiros”, sustentou, repetindo que aeroportos, linhas de metro ou estádios “não voltarão na mala dos turistas”.

“Ficarão aqui, beneficiando a todos nós. Uma Copa dura apenas um mês, os benefícios ficam para toda vida”, comentou.

A chefe de Estado brasileira aproveitou ainda para prometer uma fiscalização minuciosa às contas: “De uma coisa não tenham dúvida: as contas da Copa estão a ser analisadas minuciosamente pelos órgãos de fiscalização. Se ficar provada qualquer irregularidade, os responsáveis serão punidos com o máximo rigor”.

No final do discurso, deixou ainda uma mensagem à seleção brasileira: "Vocês materializam um poderoso património do povo brasileiro. A seleção representa a nacionalidade. Está acima de governos, de partidos e de interesses de qualquer grupo. Por isso, vocês merecem que um dos legados desta Copa seja, também, a modernização da nossa estrutura do futebol".

"O Brasil precisa de vos retribuir, e a todos os desportistas, por tudo o que vocês têm feito pelo nosso povo e pelo nosso país. O povo brasileiro ama e confia na sua seleção. Estamos todos juntos para o que der e vier", rematou Rousseff, recordando que a seleção brasileira foi a única a disputar todos os Mundiais realizados até hoje.

A chefe de Estado, que também recordou que o Brasil é "muito diferente" daquele país que, em 1950, recebeu o seu primeiro Mundial, sendo hoje a sétima economia do planeta e líder mundial em diversos setores, desejou ainda as boas-vindas a todos os visitantes.

"Em todos os países, sempre fomos muito bem recebidos. Vamos retribuir, agora, a generosidade com que sempre fomos tratados, recebendo calorosamente quem nos visita".

"O Brasil, como o Cristo Redentor, está de braços abertos", realçou.