A Polícia Federal do Brasil formulou na sexta-feira acusações a 21 pessoas, entre elas dois ex-governadores de Brasília, por desvio de fundos na construção do estádio Manuel Garrincha, um dos palcos do Mundial2014 de futebol.

Entre os acusados, onde figuram empresários, advogados e funcionários estatais, estão Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda, governadores de Brasília entre 2007 e 2014, além de Tadeu Filippelli, antigo vice-governador da capital brasileira.

Agnelo Queiroz, atualmente detido, foi também ministro dos Desportos no governo de Lula da Silva, enquanto José Roberto Arruda, também detido, foi afastado do cargo de governador por outro caso de corrupção.

A acusação formal, de 335 páginas, foi entregue na sexta-feira ao Tribunal Federal de Brasília e tem como sustento as confissões de dirigentes da construtora Andrade Gutierrez, que aceitaram colaborar com a justiça em troca de reduções das suas penas.

O Estádio Nacional Mané Garrincha foi um dos mais caros dos 12 construídos ou remodelados para o Mundial2014 e teve um custo final de 1.400 milhões de reais (cerca de 378 milhões de euros), um valor 87,8 por cento acima do inicialmente orçado.

Segundo a acusação, o valor da sobrevalorização da obra está estimado em 559 milhões de reais (cerca de 475 milhões de euros).

Alguns executivos da Andrade Gutierrez admitiram que pagaram subornos para ganhar o concurso para a construção do recinto e que o orçamento foi sobrevalorizado para distribuir o excedente por autoridades de Brasília, outras empresas que participaram nas construções e alguns políticos.