Fernando Santos, selecionador nacional de Portugal, abordou, ao final da tarde desta quinta-feira, as escolhas garantindo que a seleção lusa não é favorita, mas candidato a vencer o Mundial 2022 de futebol.

Plantel é dos mais fortes do Qatar "Portugal não é favorito mas é candidato. É como os campeonatos nacionais. Favorito é a França, que é o último campeão. Há um conjunto de equipas que acham que podem ganhar e dessas equipas faz parte Portugal."

Sobrecarga dos jogos? "A ambição é conquistar o campeonato do mundo. Não pode haver serviços mínimos. O Mundial sempre foi disputado no final de época. A sobrecarga de jogos é sempre maior no final de época. Mas também não é com a mesma intensidade. Normalmente no final da época, muitos jogadores estão a disputar as competições internas. Nessas convocatórias para o Mundial sempre demos 10 dias de férias para os jogadores. E depois tínhamos três semanas para preparamos. Este caso é distinto. Não sei se a sobrecarga é maior. A maior parte das equipas jogaram sempre ao fim de semana e a meio da semana. Jogou-se de três em três dias. Estamos a ver alguns jogadores a ter dificuldades. O Sadio Mané vai estar fora. O Harry Kane está a acusar cansaço. Não temos tempo de recuperação. Vamos partir para o Qatar, depois só temos quatro dias para o jogo. Temos que avaliar muito bem a condição dos jogadores. Os jogadores têm diferentes níveis de competição."

Planeamento para um Mundial em dezembro: "Não há ninguém que concorde em absoluto com esta prova nesta altura. A única vantagem que tem são as viagens, tirando a viagem longa que temos de fazer até ao Qatar. Lá não temos de viajar. Já participei em vários Mundiais e as viagens entre jogos eram difíceis. No Brasil, por exemplo, as viagens eram terríveis. Nesse aspeto as equipas têm aqui alguma vantagem. Vamos estar sempre no nosso hotel, não temos um estádio a mais de 25 minutos de distância, não temos de andar com a casa às costas. Estamos sempre na nossa base, com o campo de treinos a cinco minutos. O desgaste será menor. Não temos esse desgaste. Acaba o jogo e vamos para o hotel. Não temos de viajar. Essa será a vantagem."

Agora todos os selecionados podem ir a jogo: "Se só pudesse ter 23 para um jogo só levava 23 e não os 26. Não funciona bem com o grupo. Não gostei da experiência. Aconteceu-me na Grécia e não funcionou. E no Campeonato da Europa funcionou mal também. É ingrato porque perspetivas que o jogo vai ser de uma forma e depois na prática não o é. Deixas um jogador de fora e no fim pensas que faria falta. Convoquei os 26 jogadores porque sabia que os podia utiliza."

Oito anos de seleção, hoje sente que é o treinador certo para a seleção portuguesa? "Mantenho a confiança intacta."

O que se pode fazer de diferente em relação às últimas provas? "Desde que estou na seleção um dos melhores jogos que fizemos foi com Espanha e não vencemos, não podendo estar na fase final da Liga das Nações. O que é que esta equipa pode dar? Acredito que é possível sermos campeões do mundo. Os jogadores também."

A lista final destes 26 jogadores terá de ser enviada para a FIFA na segunda-feira, precisamente quando Portugal inicia a preparação para o Mundial2022, que inclui um jogo de preparação com a Nigéria, de José Peseiro, em 17 de novembro, no Estádio José Alvalade, em Lisboa.

A fase final do Mundial2022 realiza-se no Qatar, de 20 de novembro a 18 de dezembro, e Portugal integra o Grupo H, defrontando sucessivamente Gana (24 de novembro), Uruguai (28) e Coreia do Sul (02 de dezembro).