O ‘desconhecido’ Nicolas Fullkrug, de 29 anos, marcou hoje o golo do empate da Alemanha com a Espanha (1-1), no Mundial2022 de futebol, naquela que foi apenas a sua terceira internacionalização, numa carreira sobretudo ligada ao segundo escalão.

Fullkrug, avançado do Werder Bremen, marcou no Qatar o seu nome no historial da ‘Mannschaft', impedindo o desaire perante os espanhóis, que seria a terceira derrota consecutiva dos germânicos em campeonatos do mundo, algo inédito, mas há apenas seis meses atuava na '2.Bundesliga' e estava totalmente fora do radar do selecionador Hansi Flick.

Só no início deste mês de novembro, numa época em que leva 10 golos em 16 jogos pela formação de Bremen, de regresso ao primeiro escalão, Fullkrug recebeu a primeira chamada para a seleção germânica e ‘faturou’ logo na estreia, quando, como suplente utilizado, fez o único golo no triunfo sobre Oman, num particular (1-0).

As lesões de Timo Werner e Lukas Nmecha abriram as portas a ‘Lucke’, que em português se traduz a 'intervalo', alcunha que Fullrug é conhecido devido ao espaço que tem nos dois dentes da frente, e o avançado está a aproveitar ao máximo esta ‘segunda vida’ no futebol.

Aos 83 minutos, no Estádio Al Bayt, em Al Khor, Musiala deixou a bola em Fullkrug, que ‘fuzilou’ o guarda-redes Simón de pé direito, num momento que o avançado, há poucos meses, acharia que seria impossível de acontecer.

“O golo de Fullkrug é impressionante. Grande golo. É uma super história”, disse o veterano Thomas Müller aos jornalistas, após o encontro da segunda jornada do Grupo E, em que rendeu o seu lugar ao jogador do Werder Bremen durante a segunda parte.

Até 2022, Fullkrug foi alternando a sua carreira entre os primeiro e segundo escalões germânicos, com passagens por Nuremberga, Hannover e Greuther Furth, emblemas de segunda e até terceira linha na Alemanha, sem nunca o seu nome ficar associado a uma possível chamada à ‘Mannschaft’.

Com a mudança inédita de um campeonato do mundo para novembro e dezembro, devido ao calor extremo no Qatar durante o verão, Fullkrug aproveitou ao máximo a situação e, em poucos meses, convenceu Hansi Flick, algo que seria impossível caso o Mundial fosse disputado na sua altura habitual.

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