O secretário de Estado da Juventude e do Desporto elogiou hoje a prestação do árbitro português Olegário Benquerença no Mundial de futebol da África do Sul, classificando-a “uma grande vitória para o desporto português”.
“Foi uma presença de sucesso. Em Portugal, a arbitragem passa por algumas críticas ferozes, quase permanentes, mas é bom que, quando a arbitragem portuguesa tem uma prestação do mais alto nível, como foi o caso, nós não esqueçamos”, disse Laurentino Dias à Agência Lusa, que se encontrou com a equipa de arbitragem num restaurante em Lisboa.
O convite endereçado ao juiz leiriense, bem como aos auxiliares José Cardinal e Bertino Miranda, serviu, segundo Laurentino Dias, para lhes dar uma “palavra de agradecimento, em nome do desporto português”.
“Há na arbitragem gente com qualidade, ao nível dos melhores do Mundo. É bom para o desporto e para a arbitragem portugueses e nós não nos podemos esquecer”, referiu.
“A nossa equipa fez, do princípio ao fim, uma excelente prestação. Fizeram três jogos no Mundial e todos correram bem”, realçou o responsável, que comentou ainda o uso das novas tecnologias no futebol, nomeadamente a “verificação da passagem da bola na linha de golo”.
“É uma tecnologia simples que não interfere com a intervenção humana dos árbitros. Os árbitros agradecem que essa tecnologia apareça, porque lhes retira a obrigação de tomarem uma decisão para a qual, em muitos casos, não estão em condições de decidir”, afirmou Laurentino Dias, reiterando que “a FIFA fazia bem em introduzir essa tecnologia brevemente”.
Quanto a Olegário Benquerença, mostrou-se “orgulhoso” pelo convite endereçado pelo governante, pois “nem sempre a arbitragem portuguesa tem, do poder político e das pessoas que estão fora do sector, o reconhecimento que o secretário de Estado teve”.
Apesar de considerar que os árbitros são vistos como “os parentes pobres” do futebol, realçou a postura de Laurentino Dias, que, “desde o primeiro momento”, demonstrou “muita confiança” nas capacidades do trio português.
O juiz leiriense faz um “balanço extremamente positivo” da participação na competição, que acabou por exceder as expectativas iniciais, pois a equipa de arbitragem contava apenas fazer dois encontros no Mundial.
“Antes da partida, tínhamos assumido que fazer dois jogos seria cumprir o objectivo a 100 por cento. Fizemos mais um e, com o decorrer do campeonato, percebemos que esse objectivo era possível e felizmente conseguimos concretizá-lo. Aquilo que conseguimos não está ao alcance da maioria dos árbitros no Mundo”, disse à Lusa.
Apesar dos três encontros em que participou, Olegário Benquerença admite que sonhava em continuar nas eliminatórias seguintes, embora reconheça que “a possibilidade era extremamente reduzida”, tendo em conta o funcionamento da FIFA e o facto de a Espanha – que é vista como um país de “proximidade” – ter continuado em prova.
“Cumprimos aquilo para que fomos chamados e conseguimos sair da África do Sul com o nosso prestígio pessoal e da arbitragem portuguesa reforçados”, afirmou.
Sobre a introdução das novas tecnologias no futebol, o leiriense mantém a opinião de que “todas as tecnologias que sejam auxiliares para a verdade desportiva e para o trabalho dos árbitros são sempre bem-vindas”, embora prefira manter-se distante das decisões das entidades reguladoras do futebol mundial.
“Não nos compete estar a opinar sobre isso. Quando as pessoas responsáveis entenderem que é hora de fazer mudanças, nós cá estaremos para as aplicar”, concluiu o árbitro, que aproveitou a ocasião para oferecer uma camisola autografa por ele e pelos seus auxiliares a Laurentino Dias.
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