Não foi só de futebol que se falou na final entre a França e a Argentina. A polémica também se instalou dentro das quatro linhas e há quem se questione sobre a irregularidade do lance que deu o 3-2 aos argentinos já no prolongamento. O golo foi de Messi, mas a principal questão levantada foi a presença de jogadores suplentes no terreno do jogo na altura em que a bola entrou na baliza.
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Um dos maiores protestos chegou do jornal francês 'L'Équipe', que falou num "golo ilegal" pela presença de mais do que onze elementos no terreno de jogo. Entretanto, a imagem do momento também começou a ser partilhada nas redes sociais:
Reveja o golo:
O SAPO Desporto esteve assim à conversa com o antigo árbitro Pedro Henriques que esclareceu toda a situação e explicou como é que as leis atuam neste caso.
"Se antes de o jogo recomeçar, o árbitro se aperceber que essa pessoa se encontrava no terreno de jogo quando o golo foi obtido, o golo tem de ser invalidado".
Esta é assim uma situação que, como explica Pedro Henriques, apenas é irregular se os jogadores da Argentina entrarem em campo antes do golo de Messi, mas o árbitro só tinha poder para anular o lance antes de recomeçar o jogo.
"O jogo recomeçaria com um livre indireto no local onde essa pessoa se encontrava a mais", acrescentou.
Ainda assim, este pode ser um caso em que o que está escrito na teoria não corresponda totalmente ao que acontece na prática. O antigo árbitro deixou assim um pequeno esclarecimento sobre como a regra deve ser interpretada:
"A lei vai muito no espírito de que esse elemento [que entrou no terreno de jogo] de alguma maneira se tenha envolvido na jogada. Por exemplo, fez-se uma substituição e está-se a jogar com doze jogadores. Na prática, se olharmos para a fotografia, não há qualquer interferência na jogada e dificilmente o jogo poderia ser protestado ou repetido", esclareceu.
Um caso recente enumerado por Pedro Henriques foi o do jogo entre o Estrela da Amadora e o UD Leiria, realizado a 7 de maio de 2021, referente à fase de subida à II Liga. Durante alguns segundos, o Estrela da Amadora ficou com 12 jogadores dentro de campo, decorrente de uma substituição que não foi percecionada pelo elemento que deveria ter saído. Ainda assim, a presença de um elemento a mais no terreno de jogo "não teve impacto, não interferiu em nenhuma jogada, num pontapé de pénalti ou num cartão vermelho". Apesar dos protestos do UD Leiria, foi um processo que terminou arquivado.
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