O selecionador de futebol francês, Didier Deschamps, disse hoje que o Euro2016 perdido para Portugal é uma lição para a final do Mundial2018, no domingo, frente à Croácia, na qual espera "serenidade, confiança e concentração" dos seus pupilos.
"É um grande prazer e um privilégio disputar esse tipo de jogo, pois não há nada mais bonito e mais forte do que uma final do Mundial. Há três palavras importantes: serenidade, confiança e concentração. É preciso uma boa mistura das três", disse, na véspera de tentar o título que conseguiu enquanto futebolista em 1998, quando os gauleses organizaram a competição.
Dois anos depois de perder, em casa, o Euro2016 para Portugal (1-0, no prolongamento), diz que os seus pupilos terão a atitude certa e recorda que o grupo agora ao dispor "é diferente" do Europeu, ainda assim com valor para assegurar o segundo cetro mundial para o país.
"Incluí 14 novos jogadores que só souberam o que era uma grande competição aqui na Rússia", frisa, admitindo que esta é uma equipa "menos experiente", no entanto, salienta que "a qualidade está lá".
A diferença de experiência dos seus eleitos para os rivais foi um dos tónicos no seu discurso, embora desvalorizado: "Os croatas têm experiência nos clubes, são atletas já maduros e jogam juntos na seleção há muito tempo. Contudo, enfrentámos essa situação em todos os nossos encontros, com adversários que tinham mais experiência."
"Apenas nove jogadores têm conhecimento do que aconteceu em 2016, porém, isso deve servir-nos para aquilo que nos espera. Haverá coisas a fazer de forma diferente", reforçou.
A euforia que em 2016 resultou em frustração não se repete - "sinceramente, não sinto que haja, todos estão convencidos de que este é o jogo do ano" - e separa os dois momentos, defendendo que "cada encontro tem o seu contexto".
"Adapto-me de acordo com o que sinto e o que vejo. Vamos preparar-nos melhor, mas uma grande parte do trabalho está na análise do adversário, feita pelos nossos observadores com o recurso ao vídeo", revelou.
Deschamps foi o 'capitão' da França que levantou o único troféu mundial até hoje conquistado pelos 'bleus', assumindo que agora as sensações são distintas.
"Quando se é jogador, é-se um ator. É essa a grande diferença. Quando se é treinador, vive-se através dos atletas. A partida pertence aos futebolistas. O meu sucesso está ligado ao deles. Os futebolistas têm um cansaço mais físico, enquanto o treinador tem ação mais psicológica, mental, e às vezes essa fadiga é mais desgastante", frisou.
O 'capitão' da seleção gaulesa, o guarda-redes Hugo Lloris, perspetiva a final como "uma batalha" e pediu aos seus companheiros "convicção e determinação" desde o apito inicial.
"É o momento de dar o máximo e de nos impormos com convicção e determinação. O aspeto mental pode ser decisivo", sublinhou, apelando à "concentração" de todos a cada instante.
Lloris assume que foi "difícil de digerir" a derrota no Euro2016, contudo, realçou a "segunda oportunidade" do grupo em poder representar o país em nova circunstância histórica, agora na final do Mundial.
"Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para vencer esta final. Agora, sabemos que o objetivo é focar em uma coisa, esta partida, na qual temos que ser fortes desde o começo", disse, reconhecendo que no Europeu a equipa foi prejudicada pela "euforia".
França e Croácia defrontam-se no domingo às 18:00 (16:00 em Lisboa) no Estádio Luzhiniki, em Moscovo, em desafio que será arbitrado pelo argentino Nestor Pitana.
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