A Inglaterra, vice-campeã europeia, entrou hoje em ‘força’ no Mundial2022 de futebol e goleou o Irão, de Carlos Queiroz, por 6-2, fazendo história, no principal jogo do segundo dia de competição, a decorrer no Qatar.

Já depois desse encontro, a contar igualmente para o Grupo B, País de Gales e Estados Unidos empataram a um golo, enquanto os Países Baixos fecharam a primeira jornada do Grupo A com um triunfo sobre o Senegal, por 2-0, construído na parte final do encontro, com a ajuda do guarda-redes Mendy.

Além futebol, o dia ficou marcado por protestos, sobretudo no jogo entre Inglaterra e Irão, mas também pelos números oficiais das assistências nos estádios divulgados pela FIFA, bem acima da lotação máxima, já como tinha acontecido no domingo, na partida de abertura entre Qatar e Equador (2-0).

No Estádio Internacional Khalifa, em Doha, Jude Bellingham (35 minutos), Bukayo Saka (43 e 62), Raheem Sterling (45+1), Marcus Rashford (71) e Jack Grealish (90) 'selaram' a goleada dos ingleses, que, em campeonatos do mundo, só tinham feito melhor quando, em 2018, ‘deram’ 6-1 ao Panamá.

Do lado do Irão, Carlos Queiroz ficou, em 2018, na Rússia, a um golo de entrar para a história como o primeiro selecionador a levar esta seleção asiática aos oitavos de final da prova, mas agora ficou mesmo nos registos, mas pelas piores razões.

Mehdi Taremi faturou para os asiáticos, aos 65 e 90+13, o segundo de grande penalidade, mas os golos do avançado do FC Porto foram insuficientes para o Irão fugir à pior derrota de sempre da sua história em Mundiais.

Além da goleada sofrida, a seleção iraniana poderá ter perdido o guarda-redes Ali Beiranvand (ex-Boavista) para o resto da competição, após um choque muito violento com um colega de equipa.

Estranhamente, e após uma interrupção de mais de 10 minutos, Beiranvand, após limpar o sangue, regressou ao encontro, mas acabaria por colapsar pouco depois, obrigando Queiroz a trocar de guarda-redes.

Mesmo assim, o técnico português ainda continua com reais aspirações de poder alcançar a próxima fase, já que País de Gales e Estados Unidos empataram no último duelo do dia, fechando a primeira ronda do Grupo B, no Estádio Ahmad bin Ali, em Ar Rayyan.

Os norte-americanos adiantaram-se na primeira parte, através de Timothy Weah, filho do ‘lendário’ George Weah, aos 36 minutos, mas os galeses igualaram já na reta final do encontro, com um golo de Gareth Bale, na conversão de uma grande penalidade, aos 82 minutos, depois de o próprio ter sofrido a falta.

A Inglaterra, que defronta os norte-americanos na segunda ronda, soma três pontos na liderança, seguida por Estados Unidos e País de Gales, ambos com um, enquanto os iranianos ainda estão sem pontos. Galeses e asiáticos têm duelo marcado em 25 de novembro.

Os Países Baixos tiveram a ‘valiosa’ contribuição de Mendy, guarda-redes do Senegal, e igualaram o Equador no topo do Grupo A, com africanos e os anfitriões a terem já uma ‘final’ na segunda jornada do agrupamento.

Num jogo em que o equilíbrio foi a nota dominante, as duas falhas de Mendy, já na reta final do encontro, penderam a balança para o lado da ‘laranja mecânica’, primeiro numa má saída, que Gakpo aproveitou para inaugurar o marcador, aos 84 minutos, depois, ao defender para a frente um remate fraco de Depay, tendo Klaassen recargado vitoriosamente, aos 90+9.

Fora dos relvados, a organização do Mundial2022 comunicou assistências para o Inglaterra-Irão e o Senegal-Países Baixos acima da lotação máxima oficial dos respetivos estádios, após já o ter feito para o jogo de abertura no domingo.

A goleada por 6-2 dos ingleses aos iranianos tem registada na ficha de jogo uma assistência de 45.334 pessoas, quando a lotação máxima do Estádio Internacional Khalifa, comunicada também pela organização, é de 40 mil.

O mesmo aconteceu no Estádio Al Thumama, com 41.721 pessoas registadas na ficha de jogo, disponível no sítio ‘online’ da FIFA. O Qatar considera que este recinto desportivo tem capacidade para albergar 40 mil adeptos.

O jogo entre Inglaterra e Irão também ficou marcado pelos protestos das duas seleções, embora com alvos diferentes, com os ingleses a apontarem contra o racismo e os iranianos a chamarem a atenção para os problemas políticos e sociais a aconteceram na sua nação.

Também apenas ao segundo dia de prova, as sete seleções europeias que pretendiam utilizar no Qatar uma braçadeira de capitão inclusiva, contra a discriminação, renunciaram ao seu uso, face à ameaça de procedimentos disciplinares no decorrer da competição.

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