O encontro de Portugal diante do Azerbaijão, no arranque da qualificação para o Mundial2022 de futebol, no Qatar, alterado para Turim, Itália, ao invés de Lisboa, pode permitir contornar as limitações provocadas pela pandemia de covid-19.
No início de fevereiro, a FIFA simplificou a regulamentação para a cedência de jogadores às seleções, no atual contexto pandémico, alargando-a até abril de 2021, possibilitando aos clubes a recusa de ceder jogadores, caso tenham de cumprir quarentena.
A mudança de palco deveu-se, segundo a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a um “conjunto de restrições de viagens com origem e destino em Portugal e outros países”, com a casa da campeã transalpina Juventus, na qual alinha o capitão da seleção das ‘quinas’ Cristiano Ronaldo, a ser o estádio escolhido, por troca com o Estádio José Alvalade, em Lisboa.
A comitiva liderada por Fernando Santos deverá concentrar-se em solo transalpino em 22 de janeiro, dois dias antes do confronto com o Azerbaijão, com início marcado para as 19:45 (hora de Lisboa), possibilitando, assim, que existam menos impedimentos na libertação de jogadores.
Depois de defrontar o Azerbaijão em solo transalpino, a equipa de Fernando Santos visita a Sérvia e Luxemburgo, em 27 e 30 de março.
Em setembro de 2021, Portugal recebe a República da Irlanda (01) e desloca-se ao Azerbaijão (07), enquanto em outubro vai ser anfitrião do Luxemburgo (12), terminando o apuramento em novembro, com a visita aos irlandeses (11) e a receção aos sérvios (14).
Esta alteração para um campo neutro verificou-se recentemente em Portugal, quando o Benfica teve de receber os ingleses do Arsenal também em Itália, mas em Roma, na primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa. Outros encontros das competições europeias da UEFA, nomeadamente aqueles que envolveram equipas britânicas, também mudaram de local para contornar as restrições impostas devido à pandemia de covid-19.
No dia de hoje, o treinador do Liverpool, o alemão Jürgen Klopp, garantiu que não autorizará os jogadores dos ‘reds’, incluindo o luso Diogo Jota, a representarem as seleções nacionais na paragem prevista para março, caso tenham de cumprir quarentena no regresso ao Reino Unido, visto que Portugal integra a lista de países sujeitos ao isolamento de 10 dias.
De acordo com a regulamentação em vigor, as viagens de e para Sérvia e Luxemburgo são permitidas, mediante a apresentação de um teste ao novo coronavírus com resultado negativo, havendo, no entanto, restrições nas viagens com o Reino Unido e com a Alemanha, destinos para os quais é obrigatória quarentena de 10 dias.
Caso estas limitações se mantenham, e não sejam excecionadas as seleções pelas autoridades locais de saúde, pode estar em causa a cedência de vários jogadores habitualmente chamados por Fernando Santos e que alinham em clubes ingleses e alemães à seleção portuguesa.
Rui Patrício (Wolverhampton, Ing), João Cancelo (Manchester City, Ing), Nélson Semedo (Wolverhampton, Ing), Rúben Dias (Manchester City, Ing), Raphaël Guerreiro (Borussia Dortmund, Ale), Rúben Neves (Wolverhampton, Ing), Bruno Fernandes (Manchester United, Ing), João Moutinho (Wolverhampton, Ing), Bernardo Silva (Manchester City, Ing), Pedro Neto (Wolverhampton, Ing) e André Silva (Eintracht Frankfurt, Ale) são alguns dos casos.
Relativamente à mais recente convocatória da equipa das ‘quinas’, que remonta a setembro de 2020, os restantes jogadores alinhavam em emblemas de países com restrições nas deslocações, nomeadamente a obrigatoriedade de teste PCR, mas sem exigência de quarentena nas viagens de e para Portugal.
A proibição de entradas no Reino Unido de provenientes de território nacional já levou, por exemplo, ao agendamento da visita da seleção portuguesa de futebol feminino à Escócia, em 23 de fevereiro, inicialmente prevista para Edimburgo, para campo neutro, em Larnaca, no Chipre, em jogo a contar para o Grupo E de qualificação para o Europeu de 2022.
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