Paris, bem como outras cidades francesas, e Bruxelas registaram distúrbios esta quarta-feira à noite, no final do encontro que terminou com a vitória da França sobre Marrocos (2-0), para a meia-final do Mundial de futebol no Qatar.
Na capital francesa, mas também em cidades como Lyon ou Bordéus, registaram-se distúrbios, segundo imagens partilhadas nas redes sociais pelo jornal Le Fígaro, que mostram, por exemplo, confrontos entre adeptos e as forças de segurança nos Campos Elísios.
Com o apito final, os franceses saíram à rua em Paris para celebrar o triunfo, apesar do frio, noticiou a agência France-Presse (AFP), que apontou distúrbios e detenções em vários pontos de França.
Cerca de 10.000 elementos das forças de segurança foram mobilizados em França, para supervisionar os adeptos das duas seleções. No fim de semana anterior, tinham sido feitas 170 detenções, incluindo 100 em Paris, após a passagem às meias-finais dos franceses e marroquinos.
Pelas 23:00 (22:00 em Lisboa), uma ação da CRS, a polícia antimotim, dispersou à volta do Arco do Triunfo, em Paris, centenas de adeptos, alguns dos quais que tinham disparado engenhos pirotécnicos.
Já em Bordéus, a praça da Vitória ficou lotada com o apoio final, onde foram lançados fogos-de-artifício e bombas de fumo.
Segundo a autarquia, 2.500 pessoas estavam na praça por volta das 22h30 (21:30 em Lisboa), sem sobrelotação aparente.
Em Lyon, os franceses festejaram a passagem à final, mas “um grupo de jovens de extrema-direita abordou os adeptos presentes na praça Bellecour”, o que resultou em distúrbios que obrigaram à intervenção policial, explicou a autarquia, acrescentando que foram realizadas seis detenções.
Os adeptos também atiraram projéteis contra a polícia, que respondeu com o uso de gás lacrimogéneo, referiu a AFP.
Também ocorreram 14 detenções em Avignon, incluindo oito por disparos de morteiro, segundo um relatório policial enviado à AFP.
Em sentido contrário, em Marselha e Estrasburgo não se registaram incidentes de maior, com milhares de adeptos a celebrarem o êxito da seleção francesa, incluindo com a entoação da Marselhesa.
Também o centro de Bruxelas voltou a ser palco esta quarta-feira à noite de distúrbios provocados por adeptos da seleção de Marrocos, que atiraram artefactos pirotécnicos e bombas de fumo contra a polícia belga, noticiou a agência Efe.
As forças policiais tiveram que intervir no centro da capital belga, depois de adeptos marroquinos terem também incendiado caixotes do lixo e ainda uma mota.
Tal como nas partidas anteriores, em que o Marrocos foi avançando na competição, a comunidade marroquina montou uma corrente de homens para tentar conter os adeptos, mas sem sucesso.
Os manifestantes dispararam artefactos pirotécnicos contra a polícia, que imediatamente interveio, utilizando um canhão de água e gás lacrimogéneo.
Segundo os ‘media’ belgas, a polícia terá realizado detenções.
No último sábado, a polícia belga realizou uma dezena de detenções em Bruxelas na sequência de distúrbios semelhantes que eclodiram após a vitória de Marrocos sobre Portugal (1-0) nos quartos-de-final do Mundial de futebol do Qatar.
Três dias antes, em 07 de dezembro, as forças de segurança belgas também fizeram dezenas de prisões em diferentes cidades por distúrbios nas comemorações da vitória do Marrocos sobre a Espanha, para os oitavos de final.
Também em 27 de novembro registaram-se detenções na sequência de distúrbios, que causaram danos em viaturas e infraestruturas urbanas, após o triunfo de Marrocos sobre a Bélgica.
A campeã em título França ‘carimbou’ esta quarta-feira face a Marrocos o ‘passaporte’ para uma quarta final de um Mundial de futebol, sendo a primeira a somar três presenças no jogo decisivo no Século XXI.
Finalista vencida em 2006 e campeã mundial em 2018, a formação gaulesa, também vencedora da prova em 1998, em casa, selou a presença na final de 2022, ao bater na segunda meia-final o conjunto africano por 2-0, em Al Khor, no Qatar.
Na final inédita de domingo, em Lusail, no Qatar, pelas 15:00 (em Lisboa), a França vai encontrar a Argentina, que na terça-feira garantiu a sua sexta final, ao bater a Croácia por 3-0, com um tento de Messi e dois de Alvarez.
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