José Mourinho demorou imenso tempo a reconhecer que tinha um problema em mãos: o Chelsea desta época está a anos-luz do da temporada passada. Para um clube campeão de Inglaterra e habituado a vencer, os onze pontos em onze jogos é muito pouco para quem ambiciona renovar o título. As nove derrotas averbadas esta época em provas oficiais fazem deste um dos piores inícios de sempre do Chelsea. Além disso, o futebol da equipa decaiu e muito, com os jogadores a revelarem incapacidade para reagir face às adversidades.
A estatística mostra que o Chelsea está pior em todos os sectores, o que também tem refletido na sua posição na Premier League. O 15.º posto é motivo de preocupação em Stamford Bridge.
O site "The Mirror" fez uma comparação estatística entre os números do Chelsea da temporada passada com esta e concluiu que a equipa de Mourinho está pior em todas as áreas: defesa, meio-campo, ataque e pontos por jogo.
Do 1º para o 15º posto
Em novembro de 2014 o Chelsea estava ainda imbatível, liderava a Premier League com 26 pontos em 10 jogos, oito vitórias e dois empates, 26 golos marcados e dez sofridos. Esta época a equipa soma uns míseros 11 pontos em 11 jogos, seis derrotas, 22 golos sofridos e 16 marcados, o que o deixa num dececionante 15º lugar. Os "blues" baixaram a média de pontos por jogo de 2,6 em 2014/2015 para um ponto por jogo esta época.
Defesa com muitos golos encaixados
O problema começa na defesa, onde falta um jogador-chave: o guarda-redes Thibaut Courtois, que se lesionou gravemente no joelho, ele que era uma dos responsáveis por vários jogos sem golos sofridos na época transata.
O Chelsea tem uma média de 2.0 golos sofridos por jogo, quando na época passada essa média era de um tento encaixado por partida. Além disso, a equipa tem concedido mais oportunidades aos adversários. Amir Begovic, substituto de Courtois, não tem tido mãos a medir, com a equipa a receber 5,72 remates à baliza por jogo, em contraste com os 3.1 da época passada.
Dupla Matic-Fàbregas não funciona
Um dos pontos fortes da equipa de Mourinho na época passada era o seu meio-campo, onde Matic e Fàbregas davam cartas. Mas esta dupla têm passado ao lado dos jogos esta época já que tem mostrado fragilidade defensiva e pouca criatividade para os avançados. A equipa faz menos passes e perde mais vezes a bola.
Os "blues" passaram dos 463 para 410 passes por completos por jogo de uma época para outra e baixaram também a precisão de passe de 85 por cento para 81,8 por cento. Ironicamente, a única área em que a equipa subiu foi na percentagem de posse de bola: passou dos 55,6 por cento para 56,1 por cento
Um ataque que faz poucos golos
Se há menos passes, menor precisão e poucas oportunidades criadas pelos médios, os avançados são os primeiros a sofrer já que passaram a ter menos oportunidades do que na época transata. O número de remates por jogo passou dos 11,3 para 9,36 assim como a taxa de aproveitamento, que caiu dos 23 para os 15,5 por cento. Ou seja, menos oportunidades mas também menor aproveitamento. Isso explica os 1,45 golos por jogo marcado esta época, em contraste com os 2,6 da temporada passada.
A verdade é que José Mourinho já tentou de tudo para inverter os maus resultados. Já mudou várias vezes a equipa, deixando os grandes nomes de fora e lançando jovens, numa tentativa de mudar o rumo dos acontecimentos. Matic, Fàgregas, Hazard, já estiveram sentados no banco de suplentes, com alguns jovens como Loftus-Cheek, Raham-Baba, Kenedy a serem lançados "às feras" mas nem isso mudou o estado das coisas. O único que parece estar melhor esta época é William, jogador em evidência nos "blues".
Mourinho precisa urgentemente de resultados positivos para inverter o rumo dos acontecimentos, sob pena de ser despedido ainda antes do Natal. Os próximos cinco encontros que vai ter em novembro (Dínamo Kiev e Maccabi Telavive para a Champions e Stoke City, Norwich City e Totttenham para a Premier League), serão cruciais para determinar o futuro do português em Stamford Bridge.
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