O diretor executivo do Manchester City afirmou hoje que as acusações da UEFA são “falsas” e que espera que o castigo de exclusão das competições europeias de futebol seja retirado ainda antes do início da próxima temporada.
“É apenas um novo desafio. Estamos juntos. Vamos ultrapassar e não vamos desiludir ninguém. Os adeptos podem ficar descansados. Em primeiro lugar, as acusações da UEFA são falsas e, em segundo lugar, vamos fazer tudo para demonstrar isso”, afirmou o espanhol Ferrán Soriano, em declarações publicadas no sítio oficial dos ‘citizens’ na Internet.
Na semana passada, o Manchester City foi banido por duas épocas das competições europeias devido ao incumprimento de regras do ‘fair-play’ financeiro, apontadas pela Câmara Adjudicatória do Órgão de Controlo Financeiro da UEFA.
Em comunicado, a UEFA explicou que o processo concluiu que existiram, da parte do clube inglês representado pelos portugueses João Cancelo e Bernardo Silva, “quebras significativas” das leis do ‘fair-play’ financeiro estabelecidas pelo organismo de cúpula do futebol europeu, nomeadamente através da sobrevalorização das receitas de patrocínios entre 2012 e 2016, pelo que ficarão de fora das competições europeias para que se apurarem em 2020/21 e 2021/22, além do pagamento de uma multa de 30 milhões de euros.
“Temos um clube sustentável e as nossas contas foram examinadas muitas vezes, tanto por auditores, como por reguladores. A minha esperança é que isto fique tudo resolvido durante no início do próximo verão”, disse o dirigente, de 52 anos.
A investigação arrancou de forma oficial em março de 2019 e teve por base uma série de documentos publicados pelo Football Leaks, por parte do português Rui Pinto, entretanto detido em Portugal e a aguardar julgamento, divulgados pela revista alemã Der Spiegel em novembro de 2018.
Entre os documentos e correspondência eletrónica estavam provas de como o dono dos ‘citizens’, Mansour Bin Zayed Al Nahyan, da família no poder em Abu Dhabi, financiava grande parte do acordo anual de patrocínio com a companhia aérea Etihad.
Segundo um dos ‘e-mails’, apenas oito milhões viriam diretamente da Etihad na temporada de 2015/16, uma das abrangidas pela investigação, com o resto a chegar do Abu Dhabi United Group, a empresa que detém o City, o que constitui uma forma de 'fugir' às regras implementadas sobre o máximo que um dono pode investir na equipa, camuflando-as de receitas com patrocínios.
As leis de ‘fair-play’ financeiro foram introduzidas pela UEFA em 2011 para restringir os gastos com salários de jogadores e a quantidade de dinheiro que os donos dos clubes europeus podem investir para esconder as despesas e gastos, impedindo os emblemas de registar despesas demasiado elevadas para as receitas que registarem.
Este é o segundo processo de 'fair-play' financeiro a envolver os bicampeões ingleses, que em 2014 foram multados em 60 milhões de euros.
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