Trinta e oito troféus, incluindo duas Ligas dos Campeões, são o legado de 27 épocas do treinador de futebol escocês “Sir” Alex Ferguson no Manchester United, clube que transformou no número 1 de Inglaterra.
A aventura, iniciada a 7 de novembro de 1986, vai terminar no final da presente temporada, foi hoje anunciado oficialmente, com Ferguson a sair campeão inglês, como merecia o seu trajeto ao comando dos “red devils”.
No Manchester United, existe claramente um antes e um depois de Ferguson, algo “medível” no número de troféus: 23 antes da chegada do escocês e 38 depois, incluindo 13 vitória na Premier League, a principal prova do calendário inglês.
Quando Ferguson chegou, a 07 de novembro de 1986, o United era apenas o quarto do “ranking” dos campeões ingleses, com sete cetros – o último em 1966/67 -, contra 16 do Liverpool.
Agora, mais de um quarto de século depois, o Manchester United, que venceu 13 dos últimos 21, é, orgulhosamente, o primeiro, com 20, contra 18 do Liverpool, em seca desde 1989/90, e 13 do Arsenal, os mesmos de Ferguson.
O escocês, que chegou ao United com 44 anos e já com currículo (Taça das Taças, Supertaça Europeia e três campeonatos escoceses, pelo Aberdeen), acabou por ficar 27 anos, mas nem conseguiu resultados imediatos.
O seu trabalho demorou a dar frutos e, após três anos sem troféus, chegou a ser contestado, com os adeptos a levarem mesmo faixas para o estádio, como frases como “três anos de desculpas”.
A sua saída terá estado por “um fio”, mas, conta a “lenda”, terá sido salvo por um triunfo para a Taça de Inglaterra com o Nottingham Forest, que encaminhou a equipa para a vitória na prova, em 1989/90, a primeira na “era” Ferguson.
O triunfo na “FA Cup”, após uma final com o Crystal Palace (1-0 no jogo de repetição), deu margem de manobra ao escocês, que só viria a chegar título de campeão inglês três anos depois, na sua sétima temporada como técnico do United.
A chegada do temperamental Eric Cantona, proveniente do campeão Leeds, veio a revelar-se decisiva, com o carismático francês a dar à equipa a classe e irreverência que faltava.
O United começou a ganhar e não mais parou, valendo-se igualmente da “prata da casa”, de jogadores como Ryan Giggs, Paul Scholes, Gary Neville, Nicky Butt ou David Beckham.
O guarda-redes Peter Schmeichel, o defesa Jaap Stam e avançados como Andy Cole, Dwight Yorke, Teddy Sheringham ou Ole Gunnar Solskjaer também ajudaram o United a dominar internamente e a brilhar na Europa, com apogeu em 1999.
Em Nou Camp, frente ao Bayern Munique (2-1), o segundo título europeu chegou de forma dramática, 31 anos depois da vitória sobre o Benfica (4-1, após prolongamento, em Wembley), graças a dois golos nos descontos (Sheringham e Solskjaer).
O ciclo de vitórias de “Sir” Alex Ferguson não acabou ai, nem foi afetado, mais à frente, pelo “efeito” Mourinho, que, ao levar o Chelsea ao título em 2005 e 2006, sucedendo ao Arsenal, deixou o United três anos sem ver o campeonato.
A resposta surgiu ainda com o “Special one” nos “bleus” (2007) e, desde ai, o título só fugiu em 2009/2010 e na época passada, para o rival City, vencedor graças a dois golos apontados nos descontos do encontro da última jornada.
Pelo meio, chegou nova “Champions”, em 2008, com Cristiano Ronaldo, que sairia para o Real Madrid após a derrota na final de 2009, com o “Barça”, naquela que continua a ser a transferência mais cara da história do futebol (94 milhões de euros).
Apesar da saída de CR7, o escocês continuou a arranjar maneira de o United continuar e ganhar e sairá campeão de Inglaterra, deixando também uma equipa pronta para continuar a triunfar.
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