Kasper Schmeichel recordou ao canal Sky Sports o acidente de helicóptero que vitimou Vichai Srivaddhanaprabha, o presidente do Leicester. O guarda-redes dos 'foxes' correu para junto do aparelho e foi dos primeiros a chegar ao local onde este se despenhou, o estacionamento do King Power Stadium. Cinco pessoas morreram neste acidente que ocorreu depois do helicóptero ter levantado voo do centro do relvado, após um jogo.

"Infelizmente lembro-me de tudo. Lembro-me de todos os pormenores. Eu tinha uns familiares no estádio, que tinham vindo da Dinamarca, depois do jogo dei uma volta com eles pelo relvado e vimos o helicóptero, que era sempre uma grande atração", começa por dizer.

"Acenámos, dissemos-lhe adeus e ficámos a ver o aparelho levantar voo. Eu já tinha visto aquilo centenas de vezes, era uma espécie de ritual no final dos jogos. Mas algo estava a correr mal porque o helicóptero não ficava parado no ar, daquele modo. Depois começou a cair, a cair...", prosseguiu.

O internacional dinamarquês deixou imediatamente as bancadas do King Power Stadium e foi para junto do local do acidente. "Corri em direção ao túnel e contornei o estádio. As pessoas cá fora ainda não se tinham apercebido do que estava a acontecer. Fiz um sprint ao mesmo tempo que gritava para as pessoas telefonarem para a polícia. Um dos nossos seguranças viu-me e correu atrás de mim."

"Conseguimos chegar perto do helicóptero - o nosso segurança foi até mais perto, tentando fazer alguma coisa. Mas era evidente pelo calor imenso que já nada havia a fazer... Foi horrível sentir-me assim, estar ali sem poder fazer nada...", recordou.

Na mesma entrevista à Sky Sports, Kasper Schmeichel recordou o milionário tailandês Vichai Srivaddhanaprabha como uma boa pessoa.

"Passei de nove clubes num curto espaço de tempo para um clube em oito anos. Estava à procura de alguém que acreditasse em mim, e ele acreditou, tal como a família. É muito fácil uma pessoa perder-se neste mundo de dinheiro, fama, fortuna. Mas ele era um tipo que não se importava com isso. Apenas queria ajudar as pessoas. Ele não precisava de comprar um clube de futebol, normalmente nunca são um bom investimento. Mas ele tinha paixão pelo Leicester, pela cidade, e a prova disso foram os donativos que fez para a igreja e para o hospital", disse.

O guardião dinamarquês recordou ainda um episódio de quando se lesionou num pé: "Quando parti o pé tive de ir para Londres e nós íamos jogar com o Manchester em casa, na nossa época de regresso à Premier League. Ele foi ao hospital buscar-me e levou-me de helicóptero para Leicester, para eu poder ver o jogo com ele. Não tinha de o fazer, mas fez..."