O Manchester United anunciou, esta terça-feira, a saída de Cristiano Ronaldo, com efeito imediato.
Num curto comunicado comunicado, os 'red devils' informam a rescisão de contrato com o internacional português "por acordo mútuo".
"Cristiano Ronaldo deixa o Manchester United por mútuo acordo com efeito imediato. O clube agradece-lhe o imenso contributo durante as duas passagens por Old Trafford", pode ler-se.
O avançado português já reagiu à sua saída do Manchester United. Num comunicado, o craque português afirma que esta é a "melhor altura para procurar um novo desafio".
"Após negociações com o Manchester United, concordamos mutuamente em encerrar o nosso contrato. Eu amo o Manchester United e amo os adeptos, isso nunca vai mudar. Parece o momento certo para procurar um novo desafio. Desejo tudo de bom ao Manchester United", escreveu.
Chega ao fim a segunda passagem de Cristiano Ronaldo pelo Manchester United, um final acelerado pela explosiva entrevista do português a Piers Morgan, em que criticou longamente o clube, o treinador, Erik ten Hag, e revelou sentir-se "traído" e desrespeitado naquele emblema, ao qual regressou em 2021, após uma primeira passagem (2003-2009), já depois de representar Real Madrid e Juventus.
Os problemas de Ronaldo começaram, aliás, antes mesmo na pré-época, já que, enquanto os seus companheiros de equipa já trabalhavam, o português ficou em casa, alegadamente por ter a filha recém-nascida doente, isto enquanto na imprensa se noticiava, constantemente, que o português estaria à procura de um clube ‘Champions’ e ia levando ‘negas’ de todo o lado.
No meio de tudo isto, chegou tarde, a uma equipa com um novo treinador, o holandês Erik ten Hag, que não se mostrou impressionado com o currículo do português e deixou-o no banco no primeiro jogo, sendo lançado aos 53 minutos, com o Brighton.
O United perdeu (2-1) e o problema, para muitos, estava identificado: Ronaldo tinha de ser titular e, talvez por pressão exterior, Ten Hag colocou o português no ‘onze’ no jogo seguinte, no reduto do Brentford, só que o resultado foi uma humilhante derrota por 0-4.
O holandês devolveu o ‘7’ ao banco e resultou, já que o United, que parecia ‘morto’, somou quatro triunfos de ‘rajada’, com Liverpool e Arsenal entre as vítimas, numa altura em que o mercado fechou e ficou certa a permanência de Ronaldo até janeiro.
Teve, então, início a fase de grupos da Liga Europa e o holandês aproveitou a competição para devolver a titularidade a Ronaldo, que ficou em branco no desaire caseiro com a Real Sociedad (0-1), para marcar, finalmente, o primeiro golo ao oitavo jogo, ainda que de penálti, na casa do Sheriff (2-0 fora).
O português não foi utilizado no 3-6 com o Manchester City - com Ten Hag a não lançar o português, no meio da goleada, disse-o, por respeito ao seu estatuto -, voltando ao ‘onze’ na Liga Europa, com nova assistência, fortuita, no 3-2 na casa do Omonia.
À 10.ª ronda da Liga inglesa, Ronaldo apareceu, finalmente, ainda que de forma acidental: entrou, aos 29 minutos, devido à lesão de Martial, e marcou o golo da vitória (2-1), com um bom remate. Foi o seu único momento alto em 2022/23.
Voltou a ser titular com o Omonia, em casa, e, mais de dois meses depois, também atuou no ‘onze’ na Premier League, face ao Newcastle, mas tudo acabou mal: foi substituído aos 72 minutos, com 0-0, e, em ‘bom português’, não poupou nos insultos a Ten Hag.
Um dia depois, perdeu para Rafael Leão o estatuto de número um português na ‘Bola de Ouro’, 16 anos depois, e, no jogo seguinte, com o Tottenham (2-0), voltou ao banco, para, na parte final, se recusar a entrar, rumando aos balneários com o jogo a decorrer.
Depois de, anteriormente, já ter abandonado o estádio antes do final de encontros, desta vez foi mesmo suspenso pelo clube, e afastado do embate seguinte, na visita ao Chelsea (1-1).
A Liga Europa devolveu-lhe a titularidade e voltou a marcar ao Sheriff, o 3-0, aos 81 minutos. Alguns clamaram que estava de volta, mas não: ficou em branco com o West Ham (1-0) e no reduto da Real Sociedad, onde ainda assistiu para o insuficiente 1-0.
Com a continuidade no ‘onze’, parecia poder encarrilar, mas, no recinto do Aston Villa (1-3), na ronda seguinte, só se destacou, por uma cena de ‘pugilato’ com Mings, e, depois, disso, ficou, oficialmente, doente, e falhou os dois últimos jogos do United.
Seguiu-se a entrevista, a arrasar o United, o clube, e as suas condições de trabalho, o treinador, que não o respeita, e os que, diz, não o querem lá. Atirou a ‘bomba’ e partiu para Portugal, concentrando todas as atenções. Segue-se o Mundial2022.
Com 191 jogos pela seleção principal de Portugal, e 117 golos, junta-lhes 145 tentos pelo Manchester United, em 346 partidas, 451 pelo Real Madrid, em ‘apenas’ 438 encontros, e cinco pelo Sporting, em 31 jogos.
Cristiano Ronaldo deverá liderar Portugal no seu jogo de estreia do Grupo H do Mundial, na quinta-feira, diante do Gana, no Estádio 974, em Doha.
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