José Mourinho continua 'debaixo de fogo' em Inglaterra depois de o Manchester United ter sido eliminado em casa da Liga dos Campeões pelo Sevilha. Na antevisão do jogo com o Brighton& Hove Albion, o técnico recordou que é preciso tempo para se construir uma equipa. Mourinho falou em "património futebolístico" e recordou o rival City para dar alguns exemplos.

"Se olharmos para a Premier League, o último título do Manchester United foi em 2013 e nas quatro temporadas seguintes ficou em quarto, quinto, sexto e sétimo. A melhor posição dos últimos quatro anos foi ser quarto. Isto é património futebolístico. É quando começas um processo [...] E digo-vos mais algumas. Nos últimos sete anos, a pior posição do City na Premier League foi o quarto lugar, e ganharam dois títulos ou três. Sabem o que também é património? Que Otamendi, De Bruyne, Fernandinho, Sterling, Agüero e Silva sejam investimentos do passado e não dos últimos dois anos. Quantos jogadores do United saíram na temporada passada?", perguntou Mourinho aos jornalistas.

O técnico do United lembrou a sua passagem pelo Real Madrid para reforçar a sua ideia.

"Quando cheguei ao Real Madrid, sabem quantos jogadores tinham chegado aos quartos-de-final da Champions? Xabi Alonso com o Liverpool, Casillas com o Real e Cristiano Ronaldo com o Manchester United. Mais nenhum. Isso é património futebolístico. São estatísticas reais", atirou.

Mourinho falou do passado recente e sublinhou ainda que a eliminação da Champions foi uma oportunidade para os seus críticos aparecerem.

"Quando tinha 20 anos não era ninguém no futebol. Era o filho de alguém, com muito orgulho nisso. Agora, aos 55, sou aquilo que sou e fiz o que fiz com trabalho, talento e com a minha mentalidade. Eles que sejam duros. Percebi isso durante muitos e muitos anos, que foi duro para as pessoas que não gostam de mim, 'aqui está ele de novo, a ganhar outra vez'. Eles que se mantenham unidos. Não ganhei nada nos últimos 10 meses... o meu último título foi há 10 meses. Derrotei Liverpool, Chelsea, perdi frente ao Sevilha e agora é o momento deles para se alegrarem. Aprendi da minha formação religiosa em ser feliz com a felicidade dos outros. Por isso, que seja assim, eu sou um tipo mesmo muito feliz", atirou.