O diretor técnico do Chelsea, Petr Cech, manifestou hoje incerteza quanto à possibilidade da equipa de futebol conseguir terminar a época, devido às restrições impostas pelo governo britânico ao proprietário do clube, o russo Roman Abramovich.
“É preciso admitir que estamos a viver um dia de cada vez, porque nada está nas nossas mãos”, afirmou o antigo guarda-redes, à cadeia televisiva Sky Sports, antes do encontro frente ao Newcastle, da 29.ª jornada da liga inglesa.
Petr Cech admitiu que “continuam a decorrer conversações para que o clube encontre uma forma de poder terminar a temporada”, acrescentando: “As coisas estão tão loucas que tudo por mudar da noite para o dia.”
O treinador do Chelsea, o alemão Thomas Tuchel, afirmou não ter recebido nenhuma garantia da administração “sobre a viabilidade do clube”, que está a ser fortemente afetado pelas sanções impostas a empresários russos devido à invasão da Ucrânia.
Na quinta-feira, o governo britânico anunciou novas sanções contra vários empresários russos, incluindo Roman Abramovich, proprietário do Chelsea desde 2003 e cujos bens estão congelados.
O Chelsea está impedido de vender bilhetes para jogos, negociar jogadores e o processo da sua venda foi suspenso por causa das sanções impostas a Roman Abramovich.
Abramovich tinha anunciado no início do mês que iria vender o clube campeão da Europa e do mundo de futebol, “devido à atual situação”, em que a Rússia invadiu a Ucrânia, prometendo reverter os lucros para as vítimas do conflito.
Roman Abramovich, de 55 anos, tem participações na metalúrgica Evraz, na Norilsk Nickel e é dono do Chelsea FC desde 2003. O visto de investidor no Reino Unido do russo expirou em 2018, ano em que obteve a nacionalidade israelita.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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