A polícia britânica anunciou hoje ter identificado 13 agentes da autoridade "suspeitos", reformados ou em serviço, no decorrer da investigação ao desastre no estádio Hillsborough, em 1989.

A Comissão Independente de Queixas da Polícia (IPCC) avançou que 11 dos suspeitos já foram interrogados sobre um conjunto de infrações, incluindo homicídio involuntário e obstrução à Justiça, sendo os restantes inquiridos brevemente.

No maior desastre em jogos do futebol britânico, 96 adeptos do Liverpool perderam a vida. As vítimas foram esmagadas do topo das bancadas para a base pela multidão, durante uma partida das meias-finais da Taça de Inglaterra, com o Nottingham Forest, no estádio Hillsborough, em Sheffield, norte da Inglaterra.

A tragédia obrigou à suspensão da partida seis minutos após o pontapé de saída.

Os interrogatórios sobre as mortes vão recomeçar segunda-feira em Warrington, perto de Manchester, depois de o Supremo Tribunal de Londres ter anulado a sentença original na sequência de uma campanha liderada por parentes das vítimas.

A investigação da IPCC - a maior até agora efetuada - à manipulação das provas do acidente continua em marcha, depois de terem surgido evidências de que agentes da polícia do sul de Yorkshire terem tentado encobrir o que aconteceu no dia da tragédia.

A comissão, apesar de não ter nomeado qualquer dos 13 suspeitos, recusou-se a dar mais informações ou avançar factos sobre quantos agentes foram interrogados relativamente às alegações de homicídio involuntário.

O magistrado responsável pela acusação avançou hoje à BBC que encontrou uma hora de imagens inéditas do desastre, que estão agora a ser analisadas pelos advogados.

Pete Weatherby, um advogado que representa 21 famílias, confirmou que "há pelo menos uma hora" de filmagens dentro do estádio e durante momentos relevantes.

No mês de abril, quando se assinala o 25.º aniversário do desastre, as partidas de futebol em Inglaterra vão começar com um atraso de sete minutos, como sinal de respeito pelas mortes do estádio Hillsborough, em 1989, e guardar-se-á em todas um minuto de silêncio em memória das vítimas.