Não há formas de travar este Liverpool de Jurgen Klopp. O Wolverhampton voltou a fazer uma grande exibição, dispôs de algumas oportunidades mas acabou derrotado pelo Liverpool em casa, em jogo da 24.ª jornada da Premier League. Diogo Jota teve o empate nos pés nos descontos mas falhou. Os campeões europeus seguem a sua caminhada rumo ao título, numa Premier League onde não perdem há 385 dias. A última derrota (única da época passada) foi frente ao Manchester City por 2-1, no Etihad, a 3 de janeiro de 2019.

A formação do alemão Jürgen Klopp, ainda com uma partida em atraso para disputar com o West Ham, segue na liderança isolada, com 67 pontos, mais 16 do que o segundo classificado Manchester City. O Wolverhampton é sétimo, em igualdade pontual com Tottenham, de José Mourinho, e Manchester United, todos com 34.

'Armada' para tentar fazer história

Menos de um mês depois de se terem cruzado para a Primeira Volta (na Premier League a segunda volta é sorteada), os 'wolves' tinham a hipótese de se vingarem da derrota por 1-0, de 29 de dezembro de 2019, num jogo muito polémico, onde o VAR anulou um golo à equipa de Nuno Espírito Santo marcado pelo português Pedro Neto, devido a um fora-de-jogo milimétrico. Além disso, os 'wolves' pediram mão na bola no início do lance que dá o golo de Mané, mas o árbitro Anthony Taylor e o VAR assim não entenderam.

Este jogo tinha outro aliciante para o Wolverhampton: ser a primeira formação a vencer esta época o Liverpool para a Premier League, colocando assim um reinado que vem desde 3 de janeiro de 2019, quando os de Klopp sofreram a última derrota (a única da época passada na prova), por 2-1 frente ao Manchester City.

Para este jogo, de fecho da 24.ª jornada da Premier League (Liverpool tem menos um jogo), Nuno Espírito Santo voltou a apostar na 'armada' portuguesa, com Rui Patrício, Rúben Neves, João Moutinho e Pedro Neto a titulares e Diogo Jota no banco. Num Molineux Stadium lotado, o Liverpool sofreu e muito, tal como tem acontecido com os emblemas da parte de cima da tabela na Premier League.

Logo aos três minutos, Pedro Neto colocou na área um centro venenoso mas nenhum jogador do 'wolves' conseguiu o desvio. Na confusão que se gerou a seguir, a bola acabou nas mãos de Alisson Becker.

Acelera, acelera, acelera,....

Respondeu o Liverpool e de forma mortífera: Alexander-Arnold lançou Salah, o egípcio 'ligou a mota' entre os defensores do Wolverhampton e acabou derrotado quase em cima da linha da grande área. O mesmo Alexander-Arnold bateu o livre mas este desviou na barreira e foi para canto. Henderson aproveitou o canto para desviar de cabeça e abrir o marcador.

Sem medos perante uma equipa que vem de uma sequência assustadora de resultados positivos, os comandados de Nuno Espírito Santo continuaram na procura do golo, muitas vezes em lances de bola parada. Num desses lances, Roman Saiss teve o empate na cabeça, após centro de Rúben Neves mas rematou ao lado. Tinha tudo para empatar.

Apostando quase sempre em contra-ataque, com as três 'motas' da frente, Klopp via o seu Liverpool criar perigo sempre que metia velocidade no jogo, principalmente por Salah. O egípcio podia ter marcado aos 18, numa grande arrancada, mas demorou no remate acabou nas pernas de Jonny Castro. Aos 40 minutos, lance idêntico, com Salah a passar por dois adversários em velocidade mas a perder tempo na finalização. Quando quis rematar, já tinha as pernas de Doherty à frente da bola. Por esta altura Klopp já tinha perdido Mané, por lesão, tendo feito entrar o japonês Minamino, aos 31 minutos.

O segundo tempo arranca com duas grandes oportunidades para Salah, negadas com duas belas intervenções de Rui Patrício, aos 47 e 50.

Traoré+Jiménez é nome de golo

Era o anúncio do que aí vinha: aos 51, Raul Jiménez combinou muito bem com Adama Traoré: ganhou a bola, passou por um defensor, esperou pela entrada do maliano que centrou de pronto para o mexicano bater Alisson, num belo cabeceamento. Grande jogada dos dois homens mais perigosos do 'wolves'. O Liverpool não encaixava um golo na Premier League desde 04 de dezembro.

O golo 'incendiou' o Molineux e galvanizou a equipa de Nuno Espírito Santo na procura da reviravolta. Adama Traoré, sempre com as suas acelerações, era uma dor de cabeça constante. Aos 54 minutos obrigou Robertson a derruba-lo perto da área, numa altura em que já se preparava para entrar na área. Mike Oliver mostrou amarelo ao lateral inglês dos 'reds'. Aos 64 foi o guarda-redes Alisson Becker a travar o remate de Adama Traoré que levava selo de golo. Dois minutos depois, nova intervenção do brasileiro, agora a parar o remate de Raul Jiménez. Só dava 'wolves' no Molineux.

Jurgen Klopp teve de ir ao banco para tentar refrear o ímpeto atacante dos comandados de Nuno Espírito Santo. Trocou Oxlade-Chamberlain por Fabinho. Nuno aproveitou para meter mais frescura no ataque, retirando Pedro Neto, que fez uma bela exibição, para lançar Diogo Jota. O português teve grande oportunidade para deixar Traoré isolado, aos 81 minutos, mas optou por fazer o passe para Jiménez.

Firmino decide

Num jogo sempre em alta rotação, com o perigo a rondar as duas balizas, Roberto Firmino teve nos pés o 2-1 aos 81 minutos mas Rui Patrício defendeu o seu remate com as pernas. Aos 84, o brasileiro não perdoou: recebeu na área, tirou um adversário da frente e rematou de pé esquerdo para o fundo da baliza.

Já com Gibs-White no lugar de João Moutinho, o Wolverhampton vai ter uma grande oportunidade aos 92 minutos: arrancada (mais uma) de Traoré na direita, centro para Jiménez que deixa para Diogo Jota na área. O desvio do português saiu por cima, quando estava em boa posição. Nuno Espírito Santo nem queria acreditar.

O Liverpool chega aos 67 pontos em 23 jogos (tem um jogo a menos), mais 16 que o Manchester City, segundo colocado. Nesta edição da Premier League, só o Manchester United não perdeu com a equipa de Klopp (empate).