O Sporting ‘rugiu’ alto em 2024, ao sagrar-se campeão nacional de futebol, com grande ajuda do goleador sueco Viktor Gyökeres, num ano em que a seleção masculina voltou a desiludir numa grande competição.
Depois de um inesperado quarto lugar na época anterior, ganha pelo Benfica, o Sporting conquistou o seu segundo título em quatro épocas e meia com o treinador Ruben Amorim.
O campeonato foi a ‘coroa’ dos ‘leões’, que foram finalistas vencidos na Taça de Portugal e Supertaça, em jogos perante o FC Porto, que venceu o primeiro troféu ainda com Sérgio Conceição e o segundo com o antigo adjunto e novo treinador Vítor Bruno.
Ainda nos ‘leões’, Gyökeres mostrou ser um dos mais ‘letais’ avançados da atualidade, no futebol nacional e internacional, e foi crucial no caminho para o título, com uma produção assombrosa, ao melhor estilo de Mário Jardel, Jonas ou Radamel Falcao.
O avançado sueco prepara-se para terminar 2024 como o maior goleador do ano, sendo um caso sério de produtividade, que se estende além-fronteiras, a nível interno, na Champions, mas também pela sua seleção.
A liderança leonina cresceu com boas escolhas, mas também demérito dos rivais FC Porto e Benfica, o primeiro em convulsão interna – com o fim de um reinado de 42 anos de um presidente, Pinto da Costa -, e o segundo com a insistência num projeto falhado.
Para o futuro paira alguma incerteza nas hostes leoninas, sobretudo após a saída de um dos principais obreiros do projeto, o treinador Ruben Amorim, que em meados de novembro deixou o cargo para assumir o Manchester United, sendo sucedido por João Pereira, ex-técnico da equipa B.
No FC Porto houve grande mudança, com a chegada ao poder de André Villas-Boas, a saída do ‘mítico’ e mais titulado presidente de sempre, Pinto da Costa, bem como do treinador Sérgio Conceição, há sete épocas à frente da equipa, e do capitão Pepe, que se retirou aos 41 anos.
Os ‘dragões’ terminam 2024 com muitas dúvidas, nomeadamente a continuidade do treinador Vítor Bruno, num ano de convulsões internas que se estenderam à sua principal claque e levaram à detenção do seu líder, elemento próximo do ex-presidente.
No Benfica, a aposta de continuidade no alemão Roger Schmidt, que tinha vencido na sua época de estreia e teve uma segunda temporada má, foi penalizante, com o clube a despedir o treinador à quarta jornada, depois de perder cinco pontos em 12 possíveis.
Apesar do divórcio entre treinador e adeptos, que se arrastava desde a época anterior, os resultados e as exibições na nova época continuaram aquém do expectável, e Schmidt saiu mesmo para dar lugar ao regresso de Bruno Lage.
O ano ficou também marcado no escalão maior pelo regresso de equipas das ilhas ao 'convívio' entre 'grandes', com Nacional (Madeira) e Santa Clara (Açores) a subirem de divisão, acompanhados pelo AVS, e, em sentido inverso, Desportivo de Chaves, Vizela e Portimonense foram despromovidos à II Liga.
Em matéria de golos, apesar de nula produção no Euro2024, Cristiano Ronaldo continua a ser notícia, com o avançado, de 39 anos, a ultrapassar a barreira dos 900 golos na carreira.
No Europeu, disputado na Alemanha, CR7 ficou em branco pela primeira vez numa grande competição, mas pela equipa das 'quinas' voltou a marcar na campanha de apuramento para os quartos de final Liga das Nações, contabilizando cinco golos.
Cristiano Ronaldo não dá quaisquer sinais de poder deixar a breve prazo a seleção, contrariamente ao amigo e muitas vezes companheiro Pepe, que fez o último jogo no Euro2024.
O central despediu-se na eliminação nos quartos de final diante da França (0-0 após prolongamento, 5-3 nas grandes penalidades), numa competição em que Portugal voltou a não ser capaz de triunfar com uma das suas gerações mais talentosas.
Em femininos, a seleção, ainda num patamar de crescimento, apurou-se para o seu terceiro Europeu consecutivo, e, a nível de clubes, o Benfica teve um ano em cheio, com os títulos de campeão, Taça da Liga e Taça de Portugal, mais a chegada aos quartos de final da Liga dos Campeões, enquanto o rival Sporting abriu a nova época a vencer a Supertaça.
O ano terminou a ‘ratificar’, em congresso da FIFA, a candidatura única ao Mundial2030, que tem Portugal, Espanha e Marrocos como organizadores, e Argentina, Paraguai e Uruguai a receberem jogos de abertura, da edição do centenário da competição.
Antes, o futebol português despediu-se de duas das maiores figuras da sua história, ainda em fevereiro do antigo goleador de Académica e Benfica e treinador campeão europeu com o FC Porto, Artur Jorge, e em junho do goleador e ex-capitão do Sporting Manuel Fernandes, que não resistiu a doença prolongada.
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