Quando o FC Porto entrar em campo este sábado, às 20h30, no Estádio Municipal de Chaves, das duas, uma: ou os ‘dragões’ jogam com a pressão de estarem a seis pontos do Benfica, que recebe o Estoril duas horas antes, isto em caso de vitória dos ‘encarnados’, ou jogam com a pressão de aproveitarem uma oportunidade de ouro de se chegarem à frente na liderança do campeonato, isto em caso de derrota da equipa de Rui Vitória, ficando em igualdade pontual, mas com vantagem na diferença entre golos marcados e sofridos.

Independentemente do cenário, será sempre um jogo de alta pressão para a formação de Nuno Espírito Santo, que terá no Chaves um adversário de peso. Os flavienses têm sido uma das grande surpresas da temporada e até já eliminaram os portuenses na Taça de Portugal, na decisão por grandes penalidades. No encontro da primeira volta, surpreenderam no Dragão com um golo de Rafael Lopes logo aos 12 minutos, acabando por permitir a reviravolta na segunda parte. De resto, a balança pende a favor do FC Porto, com quatro vitórias e apenas um empate em Trás-os-Montes. O último triunfo dos portuenses data de 1998/1999 – goleada por 4-0.

De volta ao presente, a verdade é que os últimos jogos não têm corrido de feição aos ‘dragões’: quatro empates nas últimas cinco jornadas (dois em casa e outros dois fora de portas). O nulo com o Feirense, no fim de semana passado, foi o 12.º encontro em que os azuis e brancos ficaram em campo, cinco dos quais no campeonato. Algo vai mal no reino do Dragão, portanto.

Em conferência de imprensa, Nuno Espírito Santo reconheceu o momento menos bom da sua equipa, mas nota-se alguma perda de paciência no que toca às arbitragens. “Tivemos percalços, falhámos em certos momentos e também fomos prejudicados. A melhor maneira é enfrentar a realidade, olhar para dentro e não projetarmos o que vem para a frente nem pensar no que está atrás. Isso é fundamental", começou por dizer.

“Ao longo do ano fomos mantendo sempre uma postura de paciência. Houve momentos em que fomos mais críticos perante as injustiças de que fomos vítimas. Isso é normal. O que eu sinto, digo. E quando isso acontece é em defesa dos meus jogadores. É difícil explicar-lhes certos erros, principalmente quando há tanta dúvida. Há medo de favorecimento ao FC Porto. Não pode haver. Se o lance for claro, tem de ser assinalado”, acrescentou.

Tal como na receção ao Feirense, Nuno Espírito Santo não poderá contar com Brahimi, que vai cumprir o segundo de dois jogos de castigo - o Conselho de Disciplina da Federação não aceitou o recurso apresentado pelos ‘dragões’. Já Danilo é baixa de vulto, mas por lesão, abrindo espaço a Rúben Neves no setor mais recuado do meio-campo. Corona, por sua vez, está recuperado de lesão e pode ir a jogo.

Uma surpresa outrora fechada a sete Chaves

Em Trás-os-Montes mora uma equipa que procurou, desde cedo, rebater o epíteto de ‘outsider’, motivado pela subida de divisão na época transata. A formação de Ricardo Soares ocupa, neste momento, a oitava posição no campeonato, ainda na luta pelo sexto lugar que poderá dar acesso à Europa, e já causou grandes dores de cabeça aos ‘grandes’ – eliminou FC Porto e Sporting da Taça, tendo ainda averbado um empate na receção aos ‘leões’ para o campeonato. Na visita à Luz, apesar da derrota por 3-1, ainda chegou a confundir o Benfica, pela qualidade da sua exibição e pelo equipamento a fazer lembrar o Barcelona.

Precisamente por estes motivos, Ricardo Soares está ciente da qualidade dos seus jogadores, bem como da pressão com que os portistas vão entrar em campo no sábado. “Podem estar motivados porque precisam de vencer, mas também podemos ver ao contrário: podem entrar pressionados porque não têm mais margem de erro na luta pelo título”, disse o técnico flaviense, no lançamento da partida, apontando ao fator casa.

“Sabemos das dificuldades inerentes a jogo frente a um grande, mas acreditamos no nosso trabalho, nos nossos jogadores e naquilo que temos vindo a fazer. O fator casa é muito importante para nós. Os adeptos do Chaves são dos adeptos em Portugal que mais apoiam o seu clube. É uma vantagem”, referiu.

Ricardo e Rodrigo Soares, jogadores cedidos aos flavienses pelos ‘dragões’, estão indisponíveis para o encontro, ao passo que Vukcevic, Felipe Lopes, Mathaus, Fall, João Mário, Petrovic e Fábio Santos estão lesionados.

O FC Porto visita o Chaves este sábado, às 20h30, em jogo a contar para a 31ª jornada da Primeira Liga, e que terá arbitragem de Carlos Xistra, da Associação de Futebol de Castelo Branco.