A história sempre foi escrita pelo lado dos vencedores, e no caso do FC Porto a origem da fundação do emblema portista tem suscitado acesos debates em relação a duas datas: setembro de 1893 e agosto de 1906.

No final do século XIX, a influência inglesa em Portugal, e em particular na cidade do Porto, era muito vincada, apesar do conflito de interesses dos dois países em África. O futebol chegou à Invicta por influência da aristocracia inglesa sediada no Porto e em 1893 nascia um clube de futebol com o nome de Foot-ball Club do Porto, fundado por um comerciante de vinho do Porto de nome António Nicolau d'Almeida a 28 de setembro.

O futebol dava os primeiros passos em território nacional no final do século XIX, e era visto como uma atividade de influência inglesa, algo que não era muito bem visto pela sociedade portuguesa na sequência do humilhante ultimato inglês de 1890 devido às pretensões portuguesas em África que colidiam com os interesses britânicos.

Apesar disso, o FC Porto continuou as suas atividades e chegou mesmo realizar alguns jogos. No entanto, por força de questões familiares e pessoais, António Nicolau d'Almeida foi forçado a afastar-se do futebol e o seu projeto acabou por estagnar e praticamente desaparecer durante 13 anos.

Mas a paixão pelo futebol na cidade do Porto continuava a crescer e, a 2 de agosto de 1906, José Monteiro da Costa, decide refundar o FC Porto com a base logística do Grupo do Destino, clube no qual fazia parte. As cores do clube seriam o azul e branco da Monarquia portuguesa e José Monteiro da Costa o seu primeiro presidente.

Até à década de oitenta do século XX, a data oficial da fundação do FC Porto era de 1906 por José Monteiro da Costa, um estudante português que trouxe de Inglaterra a paixão pelo futebol. Em fevereiro de 1988, o FC Porto mudou a sua data de fundação para 28 de setembro de 1893, apoiado na premissa de que muitos dos jogadores que representaram o FC Porto no final do século XIX, nomeadamente Mackechnie, Rumsey, Wright e Ernesto Sá, viriam a integrar mais tarde o clube refundado por José Monteiro da Costa em 1906, e que teria sido o próprio António Nicolau d'Almeida a incentivar o jovem Monteiro da Costa a dar continuidade à sua paixão pelo emblema portista.