O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) considerou esta quinta-feira que o organismo passou a ser um «alvo a abater» desde de que apresentou uma queixa contra a situação do monopólio dos direitos de transmissão televisiva em Portugal.

«Mais do que marginalizada, a Liga sente-se mesmo como uma espécie de alvo a abater», disse Mário Figueiredo à agência Lusa, acusando a tutela e o monopolista (Olivedesportos) de estarem a tentar enfraquecer o organismo que gere o futebol profissional.

Segundo Mário Figueiredo, desde que a LPFP apresentou uma queixa na Autoridade da Concorrência sobre o monopólio das transmissões televisivas «os ataques endureceram».

«A partir dessa altura aos ataques à Liga endureceram e tornaram-se pouco corretos e as pessoas que deviam estar a tentar desempenhar funções de tutela efetiva e positiva do futebol em Portugal estão a fazer o contrário. Estou-me a referir à tutela do futebol e também, ao próprio monopolista», afirmou.

Na opinião de Mário Figueiredo «a atitude e a atividade que a Liga a tem vindo a fazer está a incomodar bastante gente e, como é típico em Portugal, quando alguém faz alguma coisa no sentido correto e de acabar com o sistema de privilégios e rendas, que é o que se verifica no âmbito dos direitos de transmissão televisivas, surgem questões que estiveram debaixo do tapete durante anos».

Mário Figueiredo considerou que a recente questão sobre alegadas dividas da LPFP por controlos antidoping «se insere num conjunto de outras que parecem montadas e articuladas no sentido de enfraquecer e prejudicar a Liga através de cartas plasmadas em jornais».

A LPFP apresentou em outubro, à Autoridade da Concorrência, uma denúncia de violação das regras de concorrência no mercado dos direitos audiovisuais relativos aos jogos de futebol da primeira e da segunda ligas portuguesas.

Segundo Mário Figueiredo, o negócio das transmissões televisivas envolve muitos milhões e muitos interesses.

«Estamos a falar de um negócio que pela nossa estimativa poderá vir a rondar 200 a 300 milhões de euros para os clubes a curto prazo, estamos a falar de muitos milhões de euros, quando se fala em muitos milhões fala-se em interesses muito fortes e quando se fala em interesses muito fortes... mais não digo», afirmou.