Sporting e Braga voltaram a protagonizar um dos melhores jogos da temporada, com a vitória (3-2) a sorrir desta vez aos leões, depois do desaire na Taça de Portugal com os bracarenses. Houve chuva (e muita), emoção (ainda mais), golos e uma surpreendente reviravolta no marcador para reforçar ainda mais o estatuto de um Sporting cada vez mais líder e com uma primeira volta... de campeão.

Foi uma serenata de bom futebol à chuva aquela a que se assistiu em Alvalade, com mais de 42 mil espectadores a resistirem à intempérie em nome de uma crença que se torna maior a cada jornada.

Jorge Jesus não mexeu na equipa que atropelou o Vitória de Setúbal na ronda anterior (0-6), enquanto Paulo Fonseca apresentava uma formação com seis caras novas no onze que defrontara a Académica. Assim, os minhotos fizeram o primeiro aviso do jogo, que foram lidos de forma clara por um Sporting que logo percebeu que não podia facilitar. Com efeito, às tentativas de Wilson Eduardo e Pedro Santos nos primeiros minutos, o Sporting tentou despertar de um início algo letárgico e ameaçou por João Mário, Slimani e Bryan Ruiz.

Contudo, ao domínio territorial da equipa de Jorge Jesus faltava a acutilância habitual. Do outro lado morava uma equipa inteligente, que sabia o que estava a fazer em campo e que provou isso mesmo nos derradeiros minutos antes do intervalo... e logo em dose dupla. Wilson Eduardo, primeiro, e Rafa, de seguida, com um golo pleno de classe, ditaram uma vantagem de 0-2 no fim da primeira parte, mostrando que a vitória no duelo da Taça de Portugal não havia sido apenas uma obra do acaso.

Para o segundo tempo já surgiu Gelson no lugar de William Carvalho, sendo que ainda se seguiriam mais tarde Montero e Aquilani.

O caminho da vitória era sinuoso, mas começou a traçar-se com alguma polémica à mistura. O árbitro Jorge Sousa considerou mão de André Pinto na área bracarense, num lance onde a sua posição levantou algumas dúvidas, mas Adrien Silva não se enredou em dúvidas e atirou para o 1-2 na conversão. Alvalade ressurgia por entre a chuva e sentia que o triunfo era já uma questão de tempo. Uma confiança que resistia ainda assim às sérias ameaças que o Braga continuou a fazer no segundo tempo. Pedro Santos tivera o 0-3 nos pés, mas viu Rui Patrício negar-lhe o golo. O mesmo sucederia com Rafa e Baiano mais tarde.

Aos 75', foi a vez de Montero provar a sua utilidade e fazer o 2-2 com um grande sentido de oportunidade, na sequência de um primeiro remate de Jefferson. Jorge Jesus ganhava a aposta no colombiano e o Sporting ganhava fôlego para o último assalto à baliza de Kritciuk.

O ponto final no jogo estava guardado para os 89 minutos. O inevitável Slimani voltou a ser decisivo - escassos minutos depois de os bracarenses terem pedido a sua expulsão por suposta agressão a Vukcevic - e cabeceou para o 3-2, sentenciando mais uma vitória do Sporting. Estava dado mais um passo rumo ao objetivo do título, que já se via mais nítido por entre a chuva... onde também brilhava uma certa 'estrelinha de campeão'.