O Sport Lisboa e Benfica abriu esta semana a sua primeira academia de futebol na China, onde se propõe a incutir nos jovens locais a "mesma filosofia utilizada nas camadas jovens do clube" em Portugal.
"Como um país emergente no futebol, a China está disposta a absorver conceitos e métodos efetivos de treino", afirmou em comunicado enviado à Lusa o diretor-geral do centro de estágio do Benfica, no Seixal, Nuno Gomes.
"Até ao final do ano haverá mais parcerias na Ásia", assegurou na mesma nota o antigo internacional português, que foi contratado este ano para gerir os escalões de formação do Benfica.
Trata-se de uma instituição privada, destinada a crianças e adolescentes, e que conta com o acompanhamento de sete treinadores do Benfica, entre os quais um diretor técnico.
Com 300 alunos inscritos, a escola de futebol, que funciona em conjunto com um parceiro local, está implementada em Hangzhou, a capital da próspera província de Zhejiang, na costa leste da China.
A iniciativa do atual campeão português coincide com um crescente interesse do governo e do público da China pelo futebol.
Em 2014, o país asiático lançou um "plano de reforma global do futebol", que determina, entre outras medidas, a inclusão da modalidade como componente obrigatória da disciplina de Educação Física em 50.000 escolas primárias e secundárias.
"Aqui, há um grande investimento no futebol. Isto está a crescer de forma brutal", afirmou um técnico português, que desde há quatro meses dirige uma escola da modalidade, na cidade chinesa de Cantão.
Licenciado em Desporto pela Universidade Lusófona e com 15 anos de experiência como formador, João Nunes chegou à China inicialmente para treinar na Winning League/Figo Football Academy.
A academia de futebol com o nome do antigo capitão da seleção portuguesa arrancou em 2014 e está já implementada em 14 cidades chinesas, empregando no total 45 treinadores portugueses.
O "sonho chinês" para o futebol, motivado pelo Presidente Xi Jinping, passa por três etapas: qualificar-se para a fase final do Mundial, organizar um Mundial, e vir a vencê-lo, proeza nunca alcançada por um país asiático.
São metas audaciosas para um país que figura em 81.º no ranking da FIFA e cuja participação em Mundiais se resume à edição de 2002, disputada na Coreia do Sul e Japão.
Na altura, a seleção chinesa perdeu os três jogos que disputou e não conseguiu marcar um único golo.
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