O subcomissário da PSP Filipe Silva afirmou hoje que o apoio dos adeptos do Vitória de Guimarães ao clube “é digno de um estudo académico”, sublinhando que eles são “mais violentos quando a situação descamba para a violência”.
“É atípica e notória a ligação quase religiosa dos adeptos ao clube, ao estádio e à cidade”, referiu.
Filipe Silva falava no Tribunal de Guimarães, no início do julgamento em que é arguido por agressões à bastonada e ao murro a dois adeptos do Benfica, no final de um jogo de futebol disputado, em 2015, no Estádio D. Afonso Henriques.
O arguido sublinhou que já fez policiamentos em vários estádios do país, incluindo Lisboa e Porto, mas “nada se assemelha” ao que acontece em Guimarães.
“Os adeptos [do Vitória] são muito mais aguerridos e muito mais barristas do que noutros estádios, o que faz com que sejam mais violentos quando descamba para a violência”, referiu.
Filipe Silva tentava, desta forma, explicar as dificuldades acrescidas do policiamento no estádio do Vitória Sport Clube.
No processo que hoje está a ser julgado, o subcomissário responde por dois crimes de ofensa à integridade física qualificada.
Responde ainda por dois crimes de falsificação de documento e dois crimes de denegação de justiça e prevaricação, por alegadamente ter feito constar dados falsos no auto de notícia que elaborou.
Os factos remontam a 17 de maio de 2015, logo após o final do jogo entre o Vitória Sport Club e o Sport Lisboa e Benfica, no exterior do Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.
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