O Benfica iniciou hoje a defesa do título de campeão português de futebol com uma goleada sobre o Paços de Ferreira, por 5-0, em jogo da primeira jornada da I Liga. No Estádio da Luz, Nuno Tavares (26 minutos), Pizzi (32, de penálti, e 72), Seferovic (70) e Carlos Vinicius (84) marcaram os golos dos 'encarnados'.
O jogo: Da noite para o dia
Quem viu o jogo do início não calculava que o resultado final fosse uma nova goleada por 5-0. Muito pelo contrário. O Benfica entrou no jogo com pouca vontade e com sérias dificuldades em encontrar espaço nas costas dos defesas do Paços de Ferreira, que por seu lado estava 'à vontade' e tentava sair para o ataque sempre que tinha bola.
Perto da meia hora de jogo já era difícil acreditar que os encarnados conseguissem acordar antes do intervalo, mas a verdade é que aconteceu mesmo e logo por um 'novato'. Nuno Tavares não só fez o primeiro golo como mais tarde assistiu para os tentos de Pizzi e Carlos Vinícius e mostrou estar numa noite bem inspirada.
Enquanto isso, os castores continuam a jogar com uma linha de cinco e outra de quatro, soltando apenas Douglas Tanque na frente, o que dificultava a vida aos encarnados e tornava quase impossível 'passar a muralha' para a baliza uma segunda vez.
O certo é que o segundo golo não implicou passar essa muralha. Uma mão na bola de Bruno Santos levou a uma grande penalidade a favor do Benfica, que Pizzi converteu sem hesitar. Mas, mesmo feito o segundo e, apesar da justiça do resultado, os benfiquistas ainda pediu mais.
A primeira parte tinha mostrado uma equipa adormecida, a falhar passos que não deveria falhar e com muitas dificuldades em impôr o seu jogo perante um adversário que provou ser um 'osso duro de roer'. As equipas recolheram ao balneário com 2-0 no marcador.
Já a segunda parte revelou um Benfica completamente diferente. Nuno Tavares e Raúl de Tomás (que bem tentou, mas não conseguiu fazer o gosto ao pé) continuavam endiabrados, mas a eles juntavam-se agora Samaris e Seferovic com a mesma 'fome de golo'.
A equipa encarnada entrou mais assertiva e concentrada com intenções claras de resolver o jogo o mais rapidamente possível, mas o Paços de Ferreira, por seu lado, não estava disposto a atirar a toalha ao chão e continuou a pressionar alto, principalmente por Tanque.
Mas, a verdade é que não serviu de muito, principalmente depois da expulsão de Bernardo. O Paços de Ferreira ia assim perdendo 'cor' depois de uma primeira parte com garra e espírito de sacrifício.
Daí ao 5-0 foi um piscar de olhos. Com jogadas estudadas de excelente eficácia, o Benfica conseguiu passar de 'morto-vivo' para fenómeno numa questão de minutos. Com raça, a equipa de Bruno Lage ia trocando a bola e chegando facilmente ao último terço do campo.
Assim iam aparecendo os golos, que embora sejam muitos, não tiram mérito a uma equipa que veio ao Estádio da Luz para fazer 'mossa'. A missão falhou, mas as dificuldades causados ao campeão nacional já ninguém lhas tira.
O momento: A culpa é da juventude
O jogo ficou marcado pelo golo de Nuno Tavares, que criou uma espécie de linha entre um Benfica sem vontade e um Benfica inabalável. O golo do jovem defesa alimentou a fome dos encarnados e acalmou a raça dos castores.
Além disso, não foi um golo qualquer. Quando o jogo se adivinhava difícil para a equipa da casa, o relógio mostrava 26 minutos, Nuno Tavares atirou uma 'bomba', que seguiu em arco e não deu sequer hipóteses ao guarda-redes dos castores.
Os melhores: O novato e o capitão da revolução
Seria impossível não incluir Nuno Tavares neste lote. Na sua estreia oficial com a camisola do Benfica, o jovem marcou um golo e fez duas assistências, melhor era (praticamente) impossível. A ele junta-se o capitão, que 'bisou'e ainda somou uma assistência.
Os piores: Culpas no cartório
Não havendo culpas a apontar especificamente a ninguém, sendo que de ambas as equipas estiveram jogadores com garra e vontade de jogar, fica apenas a nota menos positiva para Bernardo Martins. Ao entrar duro sobre Nuno Tavares viu o segundo cartão amarelo e deixou os pacenses a jogar com dez. A sua permanência não evitaria a derrota, mas poderia ter controlado os estragos.
As reações
Bruno Lage: "Vitória justa perante um adversário que complicou imenso"
Pizzi: "Mostrámos que queremos fazer um grande campeonato"
Filipe Rocha: "Depois da expulsão do Bernardo o jogo acabou"
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