Três pontos, liderança retomada, folha limpa. A pequena deslocação do Sporting à Reboleira correu como Ruben Amorim desejava, embora os leões tenham passado por mais um sobressalto.

A formação de Alvalade lidera a I Liga com 68 pontos, mais um que o Benfica mas com menos um jogo. Na próxima ronda, o Sporting recebe o Benfica em Alvalade, num jogo onde pode dar uma estocada final nesta Liga 2023-24. É que, se vencer, ficará com quatro pontos de vantagem e com menos um jogo, ficando a faltar seis rondas para o final.

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O jogo: ultrapassagem pela direita em piso molhado

Foi pela direita, quase sempre pela direita, que o Sporting forjou a vitória na Reboleira, num jogo com pouca história. O endiabrado Francisco Trincão e Geny Catamo dinamitaram o lado esquerdo dos estrelistas e construíram nesse flanco as principais jogadas de perigo dos leões.

A reviravolta confirma um Sporting cada vez mais maduro, mais inteligente em campo, capaz de se manter fiel aos seus princípios, independentemente do resultado. Esta foi, aliás, a sexta reviravolta dos leões na prova. O 1-0 de Leonel Bucca aos 16 minutos - oferta de Franco Israel, depois de duas grandes defesas - podia deixar os leões em maus lençóis, mas a equipa parece ter crescido nessa adversidade.

Ruben Lima e Diogo Fonseca, os homens do lado defensivo do Estrela da Amadora não tiveram folga um único minuto. Foi do lado direito que Trincão puxou para o pé esquerdo e encontrou a cabeça de Paulinho para o 1-1, aos 24. Dois minutos depois, novamente Trincão, a isolar Morita que só não bateu Bruno Brígido, o melhor dos estrelistas.

O Sporting carregava pela direita, para tirar partido do grande momento de Francisco Trincão. O extremo deixou dois adversários para trás, fletiu para o meio e rematou, Bruno Brígido ainda defendeu para a frente para Nuno Santos encostar para a reviravolta. Antes, Kialonda Gaspar tinha evitado o golo, em mais uma jogada de Trincão, o homem da noite.

O segundo tempo foi de gestão leonina. Mesmo assim, a melhor oportunidade foi novamente criada por Francisco Trincão, quase a acabar. O extremo merecia o golo, mas o seu remate foi tão colocado que foi colocado fora dos postes.

O Estrela da Amadora só incomodou no primeiro tempo, com Franco Israel a negar golo a Kialonda Gaspar num canto. De resto, equipa de Sérgio Vieira nunca mostrou argumentos para incomodar os leões em situações de bola corrida.

Quase todo o perigo foi de bola parada, o que deixa em evidência as fragilidades do Sporting neste capítulo. Os leões são a terceira equipa que mais golos sofre de bola parada na I Liga (13 golos), a seguir a Estoril-Praia (19) e Gil Vicente (17).

Do jogo, há a destacar a gestão de Ruben Amorim. Dos jogadores em risco de falhar o dérbi com o Benfica - Hjulmand, Edwards, Nuno Santos, Diomande, Esgaio, Neto e Pedro Gonçalves - nenhum viu amarelo, pelo que o técnico poderá contar com todos diante do rival lisboeta. É verdade que é só Diomande e Nuno Santos foram titulares, mas Rúben Amorim não teve receio de lançar Hjulmand e Esgaio no segundo tempo.

Momento-chave: Nuno Santos agradece a Trincão

O Sporting estava por cima e, animicamente, era importante marcar fazer a reviravolta antes do intervalo. E conseguiu-o, pelas suas acelerações pela direita, com Trincão e Geny Catamo. O extremo português fez mais uma das suas, e Nuno Santos aproveitou as sobras de Bruno Brígido.

Os Melhores: Trincão sem medo da chuva

Uma assistência e meia (o golo de Nuno Santos é quase todo de Trincão), três passes para finalização, e um lance que merecia golo no segundo tempo. Francisco Trincão foi o motor do ataque leonino, principalmente no primeiro tempo.

Do lado do Estrela, Bruno Brígido foi o melhor, evitando, com as suas defesas, que a equipa de Sérgio Vieira fosse goleada.

Uma palavra para os quase seis mil sportinguistas que quase encheram as bancadas da Reboleira. Apesar da muita chuva e do frio, o Sporting sentiu que jogava em casa, tal o apoio vindo das bancadas.

Em noite 'não': Estrela com luz só para metade do tempo

Em desvantagem, esperava-se que o Estrela pudesse reagir no segundo tempo mas a verdade é que a equipa da casa não fez qualquer remate enquadrado na segunda parte, depois de quatro tiros em direção à baliza no primeiro tempo. As várias mexidas feitas por Sérgio Vieira não ajudaram a equipa a crescer no jogo como o técnico desejava.

Reações:

"Não era o resultado que queríamos", Sérgio Vieira e Bruno Brígido comentaram desaire com o Sporting

Rúben Amorim: "Podíamos e devíamos ter resolvido mais cedo"

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