Foi para Pinto da Costa, disseram, no final da partida, Francsico Moura e Martín Anselmi, depois de o FC Porto somar a primeira vitória do ano a nível interno, dedicando o triunfo ao histórico ex-presidente dos dragões, falecido na véspera. Mas esteve longe de ser um triunfo fácil, num jogo em que os azuis e brancos estiveram longe de ser brilhantes.

Com a vontade de oferecer a vitória ao universo portista num dia de tanta comoção e com a motivação reduzir a distância pontual para o Sporting, líder da tabela, o FC Porto entrou em campo com muitas mexidas (seis, ao todo) em relação ao empate de meio da semana com a Roma para a Liga Europa. Mas a primeira parte foi para esquecer, com a equipa de Martín Anselmi a mostrar uma enorme inoperância ofensiva, terminando os primeiros 45 minutos sem qualquer remate na direção do alvo e nenhuma real oportunidade de golo.

O golo, esse, apareceu logo a abrir o segundo tempo. Livre batido tenso para a pequena área pelo pé esquerdo de Fábio Vieira, desvio de cabeça de Francisco Moura (que já tinha marcado à Roma) e bola no fundo das redes (perante muitos protestos dos homens da casa). Fábio Vieira acertou no poste pouco depois e Rodrigo Mora falhou a recarga, com os dragões a não conseguirem 'matar' o jogo nesse lance e a permitem que o Farense (que pouco ou nenhum perigo tinha também criado até aí), acreditasse até ao fim noutro desfecho.

Mas, quando os algarvios criaram, enfim, perigo, a mão direita de Diogo Costa, com uma defesa fenomenal, por instinto, segurou aquela que foi a primeira vitória do FC Porto a nível interno (ao sétimo jogo) em 2025 e a primeira de Anselmi para o campeonato, colocando fim a uma negra série de cinco jogos seguidos sem ganhar na I Liga.

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O jogo: Um golo (e uma defesa) fizeram a diferença

Entre as muitas novidades introduzidas no onze por Anselmi, destaque para a presença de Deniz Gul na frente de ataque, com Samu (há muito sem marcar) a começar no banco. Mas os dragões mostraram muito pouco em termos ofensivos nos primeiros 45 minutos, incapazes de importunar Ricardo Velho na baliza de um Farense que apostava em sair da sua defesa com bolas longas para fugir à pressão alta dos dragões mas que também raramente chegou com perigo à grande área contrária.

A abrir o segundo tempo, contudo, Fábio Vieira - que na primeira parte tinha sido um dos poucos do lado do FC Porto a criar alguns problemas à defesa da casa - bateu na perfeição um livre (que era uma espécie de canto de mangas arregaçadas) para a pequena área do Farense, Francisco Moura tocou ao de leve na bola e bateu Ricardo Velho, com os algarvios a reclamarem falta do ala esquerdo azul e branco.

Tiago Martins, árbitro da partida, validou mesmo o golo depois de escutar o VAR e a partir daí o jogo abriu um pouco, com o Farense a mudar de estilo e a aventurar-se mais na frente em futebol apoiado. Aproveitando o espaço, Fábio Vieira - sempre ele - com um grande remate viu o poste da baliza contrária negar-lhe o 2-0, que Rodrigo Mora também não conseguiu fazer na recarga.

O Farense foi acreditando e, aos poucos, remetendo mais o FC Porto para a sua área. Até que, aos 83 minutos, Cláudio Falcão cabeceou no seguimento de um canto e o cabeceamento parecia levar mesmo selo de golo. Mas Diogo Costa, por instinto, esticou o braço direito e evitou o empate com uma defesa daquelas que ficam na memória de todos. Foi o mais perto que a turma da casa esteve da igualdade e até final merece ainda destaque a grave lesão de Vasco Sousa, devido a uma entrada de Zé Carlos, que acabou expulso, já nos descontos.

O momento: Uma defesa que valeu três pontos

O Farense estava a apertar, mas sem criar grandes lances de perigo. Até que, aos 83 minutos, conquistou um pontapé de canto na esquerda. A bola foi batida para o coração da grande área do FC Porto e Cláudio Falcão cabeceou na direção da baliza. Parecia um golo certo, mas Diogo Costa disse não e por instinto, abrindo o braço direito, defendeu a bola. Uma defesa incrível que segurou os três pontos para o FC Porto.

O melhor: Fábio Vieira foi o mais esclarecido num jogo 'cinzento'

De volta à titularidade, foi ele que criou os únicos lances de relativo perigo do FC Porto no primeiro tempo. Depois, foi dos seus pés que saiu a assistência para o único golo da partida. E a seguir ainda viu o poste da baliza do Farense negar-lhe um golaço. Quando está inspirado e confiante, o seu pé esquerdo faz maravilhas.

O pior: Entrada despropositada de Zé Carlos

O jogo estava já perto do final, no quarto dos cinco minutos de desconto concedidos pelo árbitro quando Zé Carlos entrou de forma muito dura sobre o jovem Vasco Sousa, que havia saltado do banco do FC Porto pouco antes. As imagens foram arrepiantes, com Vasco Sousa a sair de maca e Zé Carlos a sair, naturalmente, com um cartão vermelho.

As reações

- Tozé Marreco: "Quando mete empurrões e agarrões já não é futebol"

- Francisco Moura e Martín Anselmi dedicam vitória à memória de Pinto da Costa

O resumo