Três golos, três pontos, baliza a zeros e uma exibição com altos e baixos bastou para o FC Porto subir ao segundo posto da I Liga, de onde vai ficar a ver o que fará o Benfica no Açores frente ao Santa Clara, esta segunda-feira. Apesar dos números, este não foi uma vitória fácil frente ao Moreirense, muito por culpa do próprio FC Porto.

Valeu a Conceição os homens lançados do banco, a 'matarem' o jogo perto do fim (Toni Martinez e Evanilson), depois de Sérgio Oliveira ter dado vantagem no primeiro tempo, de grande penalidade. Já na ronda anterior tinha sido o banco a resolver frente ao Vitória de Guimarães.

Os campeões nacionais somaram o oitavo triunfo seguido em todas as provas.

O jogo: banco que dá lucro

Não foi tanto o Moreirense a complicar a vida ao FC Porto. Foram os próprios 'dragões' que não conseguiram simplificar algumas jogadas no último terço e acabaram por ficar a mercê das individualidades. A equipa de Moreira de Cónegos chegou ao Dragão sem César Peixoto, despedido a meio da semana, pelo que foi o adjunto Leandro Mendes a comandar a equipa, mas com as mesmas ideias do técnico demitido: um 3-4-3 com muito jogo pelos corredores, que incomodava Zaidu e Manafá e um meio-campo que sabe tratar a bola, onde os irmãos Felipe e ALex Soares davam cartas. Faltou ter um avançado para dar mais trabalho aos centrais azuis e brancos.

Com a definição no último terço a falhar, teria de ser uma bola parada ou uma jogada individual a desbloquear o jogo. E quando Ferraresi foi enganado por Corona na área e cometeu penálti (convertido por Sérgio Oliveira), o FC Porto soltou-se, passou a jogar com mais tranquilidade e foi acumulando oportunidades de golo junto da baliza de Pasinato. Meter a bola lá dentro é que estava difícil.

É verdade que o guardião dos 'cónegos' esteve em bom plano, com defesas fantásticas, a manter o jogo em aberto. Mas o magro 1-0 do intervalo era mais por culpa do FC Porto.

Agarrados na magra vantagem, era importante estar atento ao contra-ataque contrário e não sofrer golos no Dragão, algo que tem sido recorrente esta época na I Liga. Walterson teve nos pés o 1-1 no início do segundo tempo mas falhou, após grande jogada pela direita de Yan.

O recuo de Taremi era uma 'dor de cabeça' para o Moreirense já que o iraniano entrava em zonas interiores, onde já estava Corona, criando superioridade na zona central. Era dali que tentava lançar jogo, tanto para Marega como para Díaz e também para combinar com o mexicano.

A tranquilidade podia ter chegado mais cedo, mas três centímetros levaram Sérgio Conceição ao desespero e deixaram mais dúvidas sobre o resultado, numa altura em que o Moreirense estava mais perigoso no jogo.

O técnico azul e branco voltou a ser feliz nas mexidas já que Toni Martinez (1.º golo na I Liga esta época) e Evanilson (2.º golo na I Liga) entraram para fazer os restantes golos aos 88 e 92 minutos, respetivamente, dissipando dúvidas sobre o resultado.

A vitória, a oitava consecutiva e a 13.ª nos últimos 14 jogos, chega por números que podiam ter sido outros. O Moreirense continua sem pontuar em casa do FC Porto (12 jogos, 33 golos sofridos).

Momento-chave: Pasinato mantém Moreirense no jogo

No melhor período do FC Porto, já depois do 1-0, Pasinato conseguiu manter o Moreirense em jogo com uma defesa fantástica aos 39 minutos, a negar o golo a Marega. O lance nasce de um canto que Taremi atirou à barra, a bola sobrou para a cabeça do maliano mas o guardião dos cónegos negou-lhe as intenções. O Moreirense ia para o intervalo a perder apenas por um golo.

Polémica: VAR anula golo ao FC Porto por… três centímetros

Aos 77 minutos, Luis Díaz isolou Taremi, o iraniano atirou ao poste mas, na recarga, serviu Toni Martinez para o 2-0. O lance foi ao VAR por possível fora de jogo de Taremi e, após longa espera, chegou o veredito da Cidade do Futebol: na altura do passe de Luis Díaz, o iraniano estava em fora de jogo por… três centímetros. A mesma medida do fora de jogo da época passada no empate 1-1 com Rio Ave em casa e que impossibilitou o FC Porto de vencer.

Os Melhores: Oliveirinha da serra, dos montes, dos prados e dos vales

Sérgio Oliveira transformou-se num jogador fundamental no FC Porto. O médio está a fazer a sua melhor época de Dragão ao peito, tendo chegado aos 10 golos esta temporada, seis deles de grande penalidade. Além do golo, assistiu Evanilson para o 3-0. O médio pressiona, ganha a bola, procura os colegas, com passes longos e curtos, remata sempre que pode e também serve os companheiros lá na frente. Um verdadeiro todo-o-terreno.

O Moreirense pode agradecer a Pasinato ter saído do Dragão apenas com três golos sofridos. Bom jogo do guarda-redes, sem culpa nos três golos encaixados.

Os Piores: A técnica de Marega

Já se sabe que o Marega não é um Corona. O maliano tem dificuldades técnicas gritantes e quando não consegue meter em campo a sua força e os seus arranques nas costas da defesa contrária, quase que passa despercebido no jogo, não fossem as más receções e os maus passes. Saiu aos 70 minutos.

Reações: Conceição não gostou muito do que viu, Lobo lamenta primeiro golo

Conceição: "Houve momentos muito interessantes e outros que não gostei, complicámos o que era fácil"

Sérgio Oliveira: "O nosso lugar é o 1.º e mais tarde ou mais cedo vamos lá chegar"

Paulo Lobo: "Aos 20 minutos dá-se o penálti e as coisas ficaram mais difíceis"

Walterson: "Não esperávamos a saída do César Peixoto"

 Veja o resumo do jogo!