Rodrigo Mora é o exemplo perfeito de que a qualidade não tem idade. Com apenas 17 anos e sete meses, tornou-se no jogador mais jovem de sempre a marcar e a assistir na Primeira Liga, nos últimos 35 anos (dados do Playmaker).

O prodígio criativo desbloqueou o Moreirense 0-3 FC Porto da 15.ª jornada da I Liga e ajudou o Dragão a vingar a eliminação na Taça de Portugal perante os cónegos no mesmo estádio. O triunfo permite aos azuis e brancos subir à liderança da I Liga, embora que provisória, em mais um jogo sem sofrer golos.

FOTOS: As melhores imagens do Moreirense-FC Porto

O Jogo: juventude ao poder

A titularidade de Rodrigo Mora no FC Porto apanhou muita gente de surpresa. É certo que muitos adeptos portistas pediam a entrada do prodígio de 17 anos no onze há muito tempo, mas não era expectável que Vítor Bruno o fizesse num jogo tão importante, perante um adversário que não perdia em casa desde maio, que já tinha vencido no seu terreno Benfica e Sporting, além do FC Porto, mas este para a Taça de Portugal.

O certo é que o miúdo respondeu da melhor forma, como muitos adeptos portistas suspeitavam, tal é a sua qualidade.

Jogos recentes FC Porto

A jogar perto de Samu, fazendo o papel que tinha sido desempenhado por Danny Namaso nos últimos encontros, Rodrigo Mora mostrou a inteligência de jogo que lhe é reconhecida para deixar a sua marca. Teve poucas ações com bola, mas quando as teve, mexeu com o jogo.

A forma como encontra a cabeça de Samu aos 15 minutos no 1-0 é de craque. No alto dos seus 1,68 e dos seus 56 kg, tirou o gigante Maracás do caminho e centrou com tanta precisão que o goleador espanhol não teve de fazer muito para inaugurar o marcador.

A reação dos cónegos, com mais bola no meio-campo contrário, obrigou o FC Porto a atenção redobrada, a passar mais tempo em processo defensivo, embora sem muitos calafrios.

E quando a equipa precisou de alguém para pôr fim ao ímpeto ofensivo do Moreirense, apareceu Rodrigo Mora com o 2-0: condução em campo aberto, passe interceptado, dois ressaltos ganhos e remate colocado, para o fundo das redes, aos 66 minutos.

Jogos recentes Moreirense FC

Animicamente deixou o Moreirense ferido e deu mais tranquilidade ao FC Porto, numa altura em que eram visíveis o desgaste físico, até no próprio Rodrigo Mora, que somava apenas 54 minutos nas outras 14 jornadas da I Liga pelos dragões. Saiu sob enorme ovação e não foi por acaso que foi eleito Melhor em Campo.

Depois de ter marcado na goleada fora ao AVS, volta a marcar na I Liga, onde soma também duas assistências: tinha feito o passe para o 2-0 do FC Porto diante do Estrela da Amadora, na ronda anterior, marcado por Gonçalo Borges.

André Franco, que não jogava desde a derrota com a Lázio (07 de outubro), entrou e fez o gosto ao pé, fazendo o terceiro dos azuis e brancos num remate colocado. 

Olhando para os números, o FC Porto volta a mostrar eficácia, marcando três golos em sete remates enquadrados, num jogo onde rematou pouco (12 remates no total). O Moreirense, sempre perigoso em casa, não foi tão assertivo na frente como nos outros jogos.

Primeira derrota do Moreirense em casa na I Liga, onde não perdia desde maio. E primeira vitória do FC Porto fora de portas, depois dos 5-0 ao AVS no dia 05 de outubro. Foram cinco jogos sem ganhar longe do Dragão (três derrotas e dois empates).

Os azuis e brancos dormiram na liderança da I Liga, com 37 pontos, e ficam à espera para ver o que fará o Sporting (36 pontos) diante do Gil Vicente e o Benfica (35 pontos) com o Estoril-Praia.

Momento-chave: Rodrigo Mora resolve

Numa altura em que o Moreirense tinha crescido no jogo e tentava o empate, Rodrigo Mora deu uma 'machadada' na reação dos cónegos com o 2-0, numa bola onde a sorte esteve do seu lado: ganhou dois ressaltos e atirou a contar, aos 66 minutos.

Os Melhores: Rodrigo Mora, o iluminado

Rodrigo Mora foi titular pela primeira vez e respondeu com inteligência e assertividade na suas ações. Assistiu Samu para o 1-0 com um grande cruzamento, fez o 2-0 num lance de insistência e tentou sempre dar linha de passe aos colegas para ferir o Moreirense.

Destaque ainda para a forma como o FC Porto anulou muitas das ações ofensivas do Moreirense. A equipa só permitiu um remate à baliza de Diogo Costa, no primeiro tempo, perante um adversário sempre muito complicado em casa. Os azuis e brancos somaram o terceiro jogo sem sofrer golos, um sinal de recuperação da equipa de Vítor Bruno.

Em noite 'não': Muita parra e pouca uva

Obrigado a reagir ao golo de Samu no segundo tempo, a equipa de César Peixoto sentiu muitas dificuldades para criar lances de verdadeiro perigo, apesar de ter estado perto dos dragões no que a posse de bola diz respeito. É certo que fez cinco remates na 2.ª parte (na 1.ª tinha feito apenas dois), mas nenhum em direção à baliza. Para quem ainda não tinha perdido em casa, pedia-se mais acerto.

Reações

Vítor Bruno destaca "fome" do FC Porto e elogia 'ouro da casa'. Rodrigo Mora revela premonição com Samu

César Peixoto acredita que ficou vermelho por mostrar e que o resultado é enganador

VIDEO: O resumo do Moreirense-FC Porto