Três finais da Taça da Liga, três triunfos. Rúben Amorim tem uma especial predileção pela competição de inverno. Estreou-se a vencer este troféu ao serviço do Sporting de Braga, e alcançou mais um 'bis' no comando técnico do Sporting.

Nas últimas cinco competições disputadas em Portugal, o leão conquistou quatro, sempre com Rúben Amorim no comando técnico. Dificilmente se poderia pedir mais ao treinador que tomou conta da equipa principal do Sporting em março de 2020. Depois dos verdes e brancos terem averbado duas derrotas em três jogos, nada como um troféu para o felino lamber as feridas e ganhar novo alento para o objetivo principal da época, que passa pela revalidação do título.

Veja o resumo da partida

Para a final e pela frente um adversário que vive na angústia do regresso aos títulos e que teima em não encontrar um equilíbrio. Uma vitória na competição poderia ter o efeito de ressuscitar uma dinâmica de vitórias, mas o Benfica voltou a falhar frente ao eterno rival, depois de também esta época ter perdido o jogo na Luz para o campeonato. Verdade seja dita, o Benfica estava muito desfalcado para este dérbi, sem Darwin, Rafa e Otamendi. É assim urgente uma reflexão na Luz, para que a equipa reencontre a sua grandeza.

Para a partida em Leiria, Veríssimo queria descobrir o antídoto para parar a equipa de Alvalade em dérbis. Puxou pelo 4-3-3, com Meité, um homem mais possante nos duelos e juntou-o a João Mário, com Weigl no vértice do meio campo. Amorim voltou a apostar em Matheus Nunes no onze, colocou novamente Paulinho no ataque e Feddal na defesa. Mas um dos trunfos estava no banco, Pedro Porro.

O forte arranque dos leões começou por encostar o Benfica às cordas, apesar de nessa fase os verdes e brancos não terem conseguido criar perigo. Desconhece-se se faria parte da estratégia encarnada, mas certo é que na primeira vez que o Benfica foi à frente marcou. E que golaço de Everton, depois de ter trocado as voltas a Luís Neto. E até se podiam ter invertido os tabuleiros, com o Benfica a embalar para a frente do marcador e por outro lado o Sporting cair em termos amímicos. Mas não, os homens de Amorim continuaram mais fortes em posse, no entanto amarrados na zona do miolo, com Matheus Nunes a não conseguir esticar o jogo, face à pressão de João Mário e Meité que colaram no jogador luso-brasileiro e em Palhinha. Os leões assustaram mais na bola parada, e nos cruzamentos para a área durante os primeiros 45 minutos. Nessa fase Vlachodimos foi essencial para segurar a vantagem. Que dizer da defesa a cabeceamento de Inácio, a melhor oportunidade dos leões na primeira parte.

Só que a estratégia do Benfica começou a cair por terra, logo no início da segunda parte. O golo de Inácio, desta feita a desfeitear Vlachodimos, também num cabeceamento depois de assistência de Sarabia, abriu o jogo. A entrada de Porro fez o jogo tombar para os verdes e brancos. Veríssimo também mexeu, com três substituições de uma assentada, num jogo em que era sabido que as grandes penalidades estavam no horizonte. Também com a necessidade de marcar, o Benfica abriu espaço para as transições que o Sporting tanto gosta de fazer. Porro destruía pelas laterais, na sua capacidade no um para um e na sua intensidade, Matheus Nunes repetia o que fizera na Luz a esticar e a levar a bola a frente. A bola de Paulinho à barra foi o prenúncio do golo. E acabou por ser de um passe de Porro que nasceu o segundo do Sporting, numa grande finalização de Sarabia.  O leão dominou em todos os capítulos de jogo e quando é assim...a vitória não merece contestação.

Momento Porro

Poderíamos falar no golo do empate do Sporting a abrir a segunda parte, mas há que olhar de forma especial para a entrada de Pedro Porro. Mexeu como o jogo, ponto! Deu a acutilância que tem faltado à equipa de Amorim nos últimos jogos, velocidade, um para um, e que falta o espanhol tem feito. Empresta uma qualidade extra ao conjunto de Alvalade. Fez o passe que acabou por resultar no golo de Sarabia.

Melhores

Sarabia

Já tinha marcado na Luz e ganhou o gosto de marcar contra o Benfica. Fez a assistência para o golo de Inácio e arrumou com o jogo numa finalização cheia de classe frente a Vlachodimos

Everton

Se há jogador que subiu de produção na era de Nelson Veríssimo, Everton é um dos principais candidatos. Criou muitos dificuldades no lado direito e esteve genial na forma como passou por Neto e desferiu um míssil que abriu o marcador em Leiria. Acabou por ser escasso o esforço do brasileiro.

Vlachodimos

Essencial na primeira parte, na forma como manteve a baliza a zeros, com várias boas intervenções.  Sem culpa no cartório nos golos sofridos.

Reações

Rúben Amorim: "Não é só estrelinha, é o trabalho de toda a gente que está aqui"

Nélson Veríssimo: "Época perdida? Não atiro a toalha ao chão"