Não foi o Benfica avassalador que goleou o Marítimo na semana passada, mas chegou para as encomendas. No mesmo palco e com 'ganas' de pressionar o líder FC Porto, o conjunto encarnado não entrou com a fome que os adeptos desejariam.

Obrigado a mexer no xadrez, com o castigo de Pizzi, Rui Vitória optou por um meio campo de trabalho, com João Carvalho e Fejsa. Órfão de criatividade no miolo, o Benfica começou por sentir dificuldades em canalizar jogo por essa zona do terreno e o trio do meio campo apresentava-se presa fácil para o conjunto de José Mota, que não sofria golos há 400 minutos.

Era quase exclusivamente pelo corredor direito, que o Benfica tentava desenvolver as suas iniciativas atacantes. E foi mesmo desse lado que a equipa da casa construiu a sua primeira oportunidade de golo, numa jogada individual de Rafa, que terminou numa trivela desviada pelo olhar do guardião avense. O extremo encarnado voltou a estar na cara do golo, depois de passe de Jonas, mas não conseguiu bater Facchini.

Desfalcados de Carlos Ponck e Arango (jogadores que estão emprestados pelo Benfica), o Aves libertou-se do ímpeto inicial do conjunto da casa e farejou o golo em duas ocasiões Primeiro pelo ex-Benfica Derley e depois num lance algo confuso, num cabeceamento ao poste Diego, mas o lance foi anulado por fora de jogo.

Colocado em sentido pela turma forasteira, a equipa da casa foi à procura do prejuízo depois da entrada amorfa em jogo. Sabendo de antemão que não podia deixar escapar a ocasião de somar os três pontos e deixar o FC Porto fugir (quase) definitivamente na liderança, o Benfica asfixiou o adversário logo nos primeiros minutos da segunda parte.

Nos segundos 45 minutos, Rui Vitória operacionalizou uma mudança tática, alterando o 4-3-3 inicial para um 4-4-2. Retirou um elemento do meio campo (João Carvalho) e lançou um avançado (Jiménez). O objetivo era claro: Com o tempo a escassear, pedia-se um jogo mais direto e um avançado que pudesse libertar Jonas, que esteve muito apagado na primeira parte.

Dito e feito: O brasileiro descansou os benfiquistas ao inaugurar o marcador (71), depois uma finalização após oferta em bandeja de Cervi. Dois minutos volvidos e Rúben Dias colocava um 'tampão' numa recarga a remate de Jiménez. Sem exibição de encher o olho, o Benfica cumpriu a missão e está a dois pontos do FC Porto, com os dragões a defrontaram este domingo o Paços de Ferreira.

Momento

Minuto 71 - Jonas descansou os benfiquistas ao inaugurar o marcador e abrir caminho para um importante triunfo que pressiona o FC Porto antes do embate na Mata Real.

Altos

Jonas

O brasileiro fez o golo 31 do campeonato e voltou a resolver um problema bicudo contra um Aves compacto e sólido cá atrás.

Rafa

É quem tem sacudido a equipa do Benfica. Estica o jogo como só ele sabe, e podia ter inaugurado o marcador na primeira parte em duas ocasiões. Primeiro num remate de trivela, pouco depois num lance frente a Facchini falhou no cara a cara com o guardião avense.

Jorge Fillipe

No sua primeiro jogo a titular, o central correspondeu em grande nível. Dificultou e muito a tarefa dos atacantes encarnados e mostrou classe a sair com a bola dominada.

Adriano Fachini

Com um punhado de defesas foi adiando o golo do Benfica. Fez 'excelente' mancha a Rafa na primeira parte. Sem hipóteses nos golos, impediu que os avenses encaixassem um resultado mais pesado na parte final do encontro.

Baixos

João Carvalho

Chamado para render Pizzi no meio campo, esteve sempre muito escondido no jogo. Contribuiu para a construção lenta dos encarnados na zona central, durante a primeira parte, e acabou substituído no segundo tempo, numa altura em que a equipa precisava de esticar o jogo.

Reações

RUI VITÓRIA: "O NOSSO 'TRABALHINHO' ESTÁ FEITO"

JOSÉ MOTA: "COMEÇÁMOS A PENSAR QUE PODÍAMOS LEVAR DAQUI UM PONTO"