Eliminado da Taça de Portugal pelo Varzim logo na 3.ª eliminatória, derrotado pelo FC Porto na final da Taça da Liga, afastado da Liga Europa e no 4.º lugar da I Liga, matematicamente afastado da luta pelo título e distante do 3.º posto. É este o cenário da época do Sporting, prestes a chegar ao fim.

Resta aos leões a ténue esperança de ainda virem a chegar ao último lugar do pódio e assim garantirem uma vaga nas pré-eliminatórias da Liga dos Campeões 2023/24. Algo que parece cada vez mais improvável de vir a acontecer, face ao fulgor apresentado pelo SC Braga, atual 3.º classificado. Foi, pois, natural que o embate entre Sporting e Famalicão da noite de domingo, a contar para a 30.ª jornada da I Liga, tenha tido poucos motivos de interesse e o ritmo tenha sido já o de um típico encontro de final de temporada, onde já pouco está em jogo.

Apesar de frente a frente estarem duas equipas a atravessarem uma boa sequência de resultados (o Sporting somou o 10.º jogo seguido sem perder  na I Liga e o Famalicão - que ainda sonha com o 6.º lugar e com a Europa, estando também nas meias-finais da taça - vinha de três vitórias seguidas no campeonato) a partida esteve longe de ser espetacular, com os lances de perigo a escassearem em ambas as partes.

Houve, ainda assim, exceções que deram algum ânimo num jogo aborrecido: a bonita jogada coletiva, concluída por Morita, que deu vantagem ao Sporting, o golo de Ricardo Esgaio na segunda parte (o seu primeiro de sempre pela equipa principal dos leões), o autogolo de Coates que relançou o jogo e a extraordinária defesa de António Adán que salvou o Sporting de (mais um) dissabor esta temporada. Os verdes e brancos somaram os três pontos, mas estiveram longe de fazer uma boa exibição.

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O jogo: Autogolo de Coates complicou o que parecia resolvido e valeu Adán ao Sporting

O primeiro golo da partida apareceu no primeiro lance de perigo do encontro, aos 18 minutos. Excelente jogada de entendimento do ataque do Sporting pela direita, com Esgaio a desmarcar Marcus Edwards e este a trabalhar bem na grande área do Famalicão antes de assistir Morita para o 1-0. Foi o sexto golo da época do japonês.

Até ao intervalo, um lance digno de registo para cada lado numa primeira parte pouco interessante, com os guarda-redes a mostrarem qualidade. Adán defendeu bem um remate cruzado de Colombatto após escorregadela de Diomande e Luiz Júnior negou o golo a um Pedro Gonçalves que esteve discreto esta noite.

O Sporting entrou melhor no segundo tempo. Já com Chermiti em campo no lugar de Pedro Gonçalves, a equipa de Rúben Amorim ameaçou o 2-0 num excelente remate de Nuno Santos e marcou mesmo o segundo golo pouco depois. Edwards rematou, Luiz Júnior defendeu e na recarga Esgaio fez o seu histórico primeiro golo pela equipa principal do clube de Alvalade, ao fim de 123 jogos.

Pensou-se que estava tudo resolvido, só que não estava. Infeliz, Coates acabou por fazer um autogolo minutos mais tarde, ao tentar intercetar um cruzamento rasteiro de Aguirregabiria, permitindo assim que o Famalicão reentrasse na discussão do resultado. E os visitantes só não chegaram mesmo ao empate aos 77 minutos porque Adán brilhou a grande altura na baliza do Sporting, defendendo de forma espetacular, com a mão esquerda, um remate à meia-volta de Jhonder.

O momento: Que defesa de Adán!

Decorria o minuto 77 e o Famalicão, motivado pelo autogolo de Coates, procurava a igualdade, que quase surgiu. Grande jogada dos famalicenses, com Jhonder Cádiz a surgir na grande área do Sporting e rematar de primeira. O disparo parecia levar selo de golo, mas o guarda-redes espanhol do Sporting lançou-se para o seu lado esquerdo e com a palma da mão esquerda, segurou a vitória da sua equipa ao efetuar uma defesa extraordinária.

Os melhores: Adán pela(s) defesa(s), Esgaio, pelo golo e não só, e Edwards

Várias vezes réu ao longo desta temporada, Adán foi, desta feita, herói no Sporting. Para além da fantástica defesa aos 77 minutos, tinha já feito outra bela parada à passagem do minuto 30. Duas intervenções de grande nível, ambas decisivas.

Também decisivo foi Ricardo Esgaio. Para além de se ter estreado a marcar, o ala direito dos leões esteve igualmente no lance do primeiro logo, ao desmarcar Edwards antes de o inglês fazer a assistência para Morita abrir o marcador. Quem também esteve nos dois golos foi, precisamente, Edwards, assistiu para o primeiro, fez o remate que originou o segundo e protagonizoi mais alguns lances onde vincou toda a sua qualidade técnica.

Do lado do Famalicão, destaque para Sanca. Foi dos seus pés que nasceram praticamente todos os (poucos) lances de perigo que os visitantes criaram em Alvalade.

Os piores: Diomande e Pedro Gonçalves substituídos com naturalidade

Foram os primeiros homens a ser substituídos por Rúben Amorim e não foi de estranhar: Ousmane Diomande e Pedro Gonçalves estiveram longe do que fizeram noutros jogos. O jovem central, a quem todos reconhecem enorme potencial e que já mostrou muita qualidades, tem vindo a quebrar nos últimos jogos e esta noite voltou a cometer um erro que podia ter tido consequências maiores, com uma escorregadela em zona proibida.

Já Pote, que vinha de uma série de vários jogos a marcar, esteve pouco em jogo e, quando se deu por ele, a fechar o primeiro tempo, foi para o ver falhar um golo daqueles que ele não costuma perdoar.

As reações

Amorim não gostou da exibição do Sporting, Esgaio agradece golo aos colegas

João Pedro Sousa explica que mudanças "não foram só a pensar na Taça", Gustavo Sá diz que Famalicão teve "um pouco de azar"

O resumo