O Benfica apresenta-se para 2022/23 ‘renovado’, com a equipa de futebol em busca de um título que lhe escapa há três épocas, apostando 13 anos depois num treinador estrangeiro e com mudanças importantes no plantel.

O jejum de troféus quase que obrigou a uma mudança de paradigma, depois de uma temporada conturbada – com a saída de Jorge Jesus ainda em dezembro -, que culminou, uma vez mais, sem títulos e, pelo segundo ano, em terceiro no campeonato.

Roger Schmidt, treinador a quem falta ainda algum currículo, mas que é conhecido por apostar num futebol ofensivo e de pressão alta, foi o escolhido para recolocar as ‘águias’ no caminho dos êxitos.

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O alemão, de 55 anos, será o 27.º estrangeiro a comandar o futebol dos ‘encarnados’ em 118 anos de história, numa lista em que foram muitos os que tiveram êxito, o maior de todos o húngaro Bélla Guttmann, bicampeão europeu.

Para a época que se avizinha, a mudança de treinador foi acompanhada de um investimento no plantel, com entradas importantes e não menos significativas saídas, como foi o caso de Pizzi, que deixou o clube ao fim de sete épocas e meia.

Entre os reforços destacam-se o argentino Enzo Fernández (ex-River Plate) e o brasileiro David Neres (ex-Shakhtar Donetsk), jogadores com entrada direta no ‘onze’, enquanto outros ainda esperam oportunidade para se afirmarem.

O central João Victor (ex-Corinthians) e os laterais Mihailo Ristic (ex-Montpellier) e Alexander Bah (ex-Slavia Praga) também são novidades na defesa, setor em que um importante regresso será o do central Lucas Veríssimo, após lesão grave.

Schmidt terá algumas arestas para limar, nomeadamente em relação ao potencial do jovem António Silva, que deu boas indicações na pré-epoca, num eixo defensivo para o qual tem Otamendi, e ainda Morato, Vertonghen, João Victor e Veríssimo.

Nas laterais, com Grimaldo (esquerda) e Gilberto (direita), e com reforços para o setor, falta também encontrar uma solução para André Almeida, cujo ciclo na Luz também estará perto do final.

Por definir estão ainda as situações de Diogo Gonçalves e de Meïté, com pouco tempo de jogo na pré-temporada, ou mesmo de Gil Dias ou Chiquinho, cuja continuidade no plantel ainda não parece estar totalmente decidida.

Em relação à última época, Taarabt e Gabriel foram ‘relegados’ à equipa B, enquanto Florentino Luís, regressado de empréstimo, tem sido a aposta para primeiro homem no meio-campo, ao lado de Enzo Fernández, em detrimento de Julian Weigl.

Para a frente, a equipa perdeu Seferovic, emprestado ao Galatasaray, e viu também sair Everton (Flamengo) e a sua maior ‘estrela’, com o uruguaio Darwin Núñez a rumar ao Liverpool (75 milhões de euros + 25 em variáveis), num setor em que viu chegar Petar Musa (ex-Boavista) e deve passar a contar em definitivo com Henrique Araújo, uma nova ‘estrela’ da formação.

As metas continuam a ser o pleno de títulos nacionais, na linha do que são pergaminhos do clube: recordista de campeonatos (37), Taças de Portugal (26) e Taças da Liga (sete).