O primeiro ministro António Costa concedeu esta noite uma entrevista à RTP na qual fundamentou os critérios que levaram o Governo a decidir aceitar um eventual regresso da Liga a partir do final maio. O líder governativo voltou, porém a frisar que tal só acontecerá se e quando se verificarem as condições necessárias para tal, ressalvando que todos os agentes envolvidos terão consciência dos riscos associados.

"Obviamente, o futebol é um desporto de proximidade. A primeira medida que se tomou foi que não haverá público nos estádios. Depois limitou-se esse regresso à I Liga, onde consensualmente a Federação, a Liga e os clubes assumiram terem as condições técnicas e organizativas para que se cumpram as normas de proteção, testagem e isolamento, de forma a evitar um problema de pandemia entre aquele grupo de profissionais", começou por explicar o primeiro-ministro.

António Costa acrescentou que um conjunto de compromissos assumidos pelas autoridades que regem a modalidade. "A Federação apresentou à Direção-Geral de Saúde um plano sanitário de prevenção dos riscos e os clubes assumiram que têm um conjunto de compromissos relativamente à verificação e à testagem dos jogadores. Estamos a falar de profissionais que, pela sua faixa etária e condição física, em princípio têm um risco mais diminuído de contágio", afirmou.

O primeiro ministro recordou também que o futebol é um meio onde, por norma, tem já associado elevados cuidados médicos. "Além disso, é naturalmente uma atividade desportiva onde a medicina no trabalho, se assim se pode dizer, é particularmente presente e exigente. Os hábitos de controle estão mais ou menos estabelecidos e a disciplina terá de existir", sublinhou António Costa.

Assim, tendo em conta tudo isto, e questionado sobre se poderá mesmo haver ou não futebol no final de maio, António Costa concluiu: "Sim, poderá. Agora, os profissionais sabem quais são os riscos que correm".