A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) espera que o decreto-lei que obriga ao policiamento nos jogos das competições profissionais, aprovado na quinta-feira, entre em vigor antes do final da presente época desportiva.

«Não queremos que se chegue ao final do campeonato sem o decreto em vigor, até porque estamos a entrar numa fase decisiva [da competição]», disse José Fontelas Gomes, em declarações à agência Lusa.

O presidente da APAF considerou que os responsáveis perceberam que a falta de policiamento «é um problema grave, que pode resultar numa tragédia», mas recusou comentar uma notícia do jornal Correio da Manhã de sexta-feira, segundo a qual os árbitros se «preparam para boicotar as duas últimas jornadas da liga» caso as condições não se alterem.

Fontelas Gomes voltou a afirmar que está «semi-satisfeito» com o decreto-lei aprovado na sexta-feira em Conselho de Ministros, e sobre o qual o presidente da República tem de se pronunciar no prazo de 40 dias.

«Estamos semi satisfeitos, a nossa luta prende-se com o policiamento em todas as competições, não só o futebol profissional. Preocupa-nos muito mais o futebol não profissional, que é onde temos a maior parte de agressões a árbitros», disse Fontelas Gomes.

As duas competições profissionais de futebol em Portugal, Liga e Liga de Honra, terminam no fim de semana de 18 e 19 de maio, estando a final da Taça de Portugal agendada para 26 do mesmo mês.

Na sexta-feira, o Conselho de Ministros aprovou «em definitivo» a obrigatoriedade do policiamento em competições desportivas profissionais, que foi decidida em 21 de março, e a manutenção dos encargos desta ação aos clubes.