“A APCVD reuniu prontamente todas as informações disponíveis, de forma a encaminhar o expediente daí resultante ao Ministério Público e à Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), atendendo à competência legal de tais entidades neste domínio, possibilitando o desencadeamento das diligências investigatórias entendidas por convenientes”, pode ler-se num comunicado hoje divulgado.

Segundo aquela autoridade, não está no seu âmbito agir sobre este caso, uma vez que “os referidos atos não tiveram lugar no decurso do espetáculo desportivo”, no caso o Sporting-Famalicão de domingo.

Hoje, Ataíde revelou ter recebido nas redes sociais mensagens com insultos racistas, que publicou na sua página na rede social Instagram, considerando estas “graves ofensas” de “cunho racista e xenofóbico”.

Segundo o jovem central, de 21 anos, estas comunicações foram enviadas por “adeptos da equipa” adversária.

“Tenho muito orgulho da cor da minha pele e do país de onde vim. O meu caráter e o meu profissionalismo foram moldados no lugar onde nasci e cresci. Em pleno século XXI, com todos esses anos de luta pela igualdade, ainda vemos cenários de racismo. Recentemente, houve o episódio envolvendo o Vinícius Jr. que comoveu o mundo e, mesmo assim, parece que algumas pessoas ainda não aprenderam que somos todos iguais. Essa não é uma luta só minha, mas de todos e não abro mão”, rematou, numa publicação acompanhada de imagens das mensagens.

Mais tarde, o próprio Famalicão pediu que sejam responsabilizados os autores das ofensas “racistas e xenófobas” ao jogador, após um jogo, no domingo, em que os lisboetas venceram os minhotos por 1-0, na terceira jornada da I Liga.

“O Famalicão demonstra a sua solidariedade com o jogador Otávio. (...) Toda a estrutura coloca-se ao lado do jogador em todos os momentos, comprometendo-se a envidar todos os esforços para que os prevaricadores sejam responsabilizados pelas suas ações”, referiu o clube.