O jornal desportivo 'Record' divulgou esta segunda-feira uma carta enviada por apoiantes do antigo presidente dos 'leões' ao atual presidente da MAG, Rogério Alves, em que estes pedem uma Assembleia Geral "para analisar os casos recentes do clube e amnistia para todos os sócios suspensos involuntariamente ou expulsos".
A carta é assinada por nove sócios do clube de Alvalade, que dizem não poder "continuar a considerar que liderar é suspender e expulsar sócios ou divulgar, via Comunicação Social e Internet, a todos - incluindo aos nossos adversários - informações altamente confidenciais e sigilosas, cujo conhecimento por todos das mesmas, nos coloca numa situação de pressão e fragilidade sem precedentes".
Os apoiantes de Bruno de Carvalho dizem ainda que o Sporting está mais dividido que nunca e pretendem reunir com os responsáveis do clube para discutir algumas situações, como a divulgação da auditoria leonina.
Leia a carta na íntegra:
"Assunto: Grupo de Associados pede Assembleia Geral para analisar os casos recentes do Clube e Amnistia para todos os Sócios suspensos involuntariamente ou expulsos, para uma verdadeira união da Família Sportinguista
Lisboa, 22 de Abril de 2019
Exmo. Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral Dr. Rogério Alves,
O tempo em que vivemos é de grande perplexidade, preocupação e de muitas contradições. Que o digam os Sportinguistas que, em Setembro de 2018, elegeram um conjunto de órgãos sociais que tinham como propósito principal "Unir o Sporting", expressão que era o seu lema de campanha.
A realidade é que o nosso Clube se encontra mais dividido do que nunca. As ações desta direção, têm-se pautado sobretudo por um discurso e uma gestão destinados a afastar de vez do Universo Leonino o antigo Presidente e seus pares, onde a divulgação do relatório da Baker Tilly - e não auditoria forense como foi explicado pelos próprios autores - foi mais um ato irrefletido que traz consequências devastadoras quer para o Clube, quer para a Sporting SAD, onde somos os acionistas maioritários.
Em suma, neste momento, o Sporting Clube de Portugal encontra-se mais fragmentado do que há dez meses. Teima-se em manter políticas divisionistas e de perseguição ao invés de, como disse Vossa Excelência, "não estarmos permanentemente a ser sufocados pelos fantasmas do passado" e que é preciso "unir a Família Sportinguista".
Não podemos continuar a considerar que liderar é suspender e expulsar sócios ou divulgar, via Comunicação Social e Internet, a todos - incluindo aos nossos adversários - informações altamente confidenciais e sigilosas, cujo conhecimento por todos das mesmas, nos coloca numa situação de pressão e fragilidade sem precedentes.
É importante lembrar que, dos últimos três presidentes eleitos pelos Sócios, um foi expulso, outro está suspenso e tem contra si um processo de expulsão e o terceiro está agora acossado por todos os lados.
O momento é da maior gravidade para a Nação Sportinguista. Nesta altura, os Sportinguistas precisam de cabeça fria e nervos de aço para enfrentarem e resolverem os graves problemas que têm pela frente. O problema da unidade em torno do nosso emblema é o mais emergente de todos. Sem unidade, o Sporting Clube de Portugal não atingirá os seus objetivos.
Porém, como a história já nos devia ter dado a todos essa lição, a unidade jamais se consegue perseguindo, suspendendo ou expulsando Sócios. As suspensões e expulsões espalham o ódio entre Sócios e Adeptos, dividem e afastam as pessoas e
enfraquecem a nossa Instituição. Não é por acaso que as assistências no Estádio de Alvalade e no Pavilhão João Rocha, e as respetivas receitas, caíram a pique de 2017-2018 para 2018-2019.
Esta direção tem dado provas de uma enorme incapacidade para unir o Sporting Clube de Portugal e para mobilizar todos os Sportinguistas em torno dos objetivos magnos do Clube e da Sporting SAD.
Agora, cremos que é fundamental alterar este caminho, dando sinais inequívocos de que se quer mesmo unir o Sporting Clube de Portugal e não assumir uma gestão ressabiada contra o passado.
Mas a união jamais pode ser feita contra os Sportinguistas, em especial contra aqueles que recuperaram o Clube de uma situação financeira muito complicada e que foram referências dando Património, Títulos e resultados financeiros positivos ao Clube e Sporting SAD nos últimos anos (tal como demonstram os relatórios recentemente divulgados).
Vendo todos estes episódios que tanto têm afetado todos os Sportinguistas, é essencial que se criem as condições para uma união e um cerrar de fileiras na defesa intransigente dos superiores interesses do Sporting Clube de Portugal.
Vimos por este meio apresentar uma solução para pacificar o Clube. Assim, exortamos os atuais órgãos sociais que para além de convocarem uma Assembleia Geral onde os Sócios possam ser esclarecidos e ouvidos sobre todos estes acontecimentos, promovam uma amnistia que absolva todos os Sócios suspensos involuntariamente e expulsos do Clube. Todos os Sportinguistas deveriam ser trazidos novamente para o seio do Clube, para os camarotes e para as bancadas de Alvalade e do nosso Pavilhão, sem embargo de poderem continuar a defender as suas ideias em termos daquilo que considerem que deve ser a gestão do Sporting Clube de Portugal e da Sporting SAD.
Em função do ambiente de divisionismo que reina em Alvalade, pensamos que uma amnistia é um primeiro passo para a unificação da Família Sportinguista. Um ato simbólico mas com grande alcance e significado, podendo ser, provavelmente, a única solução responsável para conter a divisão que dilacera o nosso Clube Centenário, que é referência no desporto em Portugal e no Mundo.
Aproveitamos para informar Vossa Excelência que iremos tornar pública esta nossa missiva."
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