A FPF é uma das federações desportivas que ainda não adequou os estatutos ao novo regime jurídico, em vigor desde 31 de Dezembro de 2008, devido à barragem das associações, que perderão a maioria de votos em assembleia geral com a reorganização determinada pelas novas prerrogativas.

Segundo o novo artigo 36, as associações indicarão apenas 35 por cento dos "delegados que representam os clubes que participam nos quadros competitivos de âmbito regional ou distrital", uma redução que tem travado a adaptação dos estatutos.

Júlio Vieira, líder da associação de Leiria e presidente da comissão delegada das associações de futebol, mantém a oposição a esta alteração, mas salvaguarda que a opinião generalizada dos representantes distritais só será conhecida no plenário de 22 de Janeiro.

"Não discutimos esse assunto há algum tempo, mas a minha opinião mantém-se: não é aceitável que o conjunto de associações passe a ter apenas 35 por cento dos votos", insiste Júlio Vieira à Agência Lusa, que volta a pedir "bom senso" às autoridades do Estado.

A 17 de Dezembro, a Direcção da FPF e os seus sócios ordinários decidiram criar uma comissão de acompanhamento que permitisse desbloquear um problema que vem sendo adiado desde 18 de Julho, dia em que as associações chumbaram, em Assembleia Geral, o novo modelo de estatutos.

Aos 35 por cento dos votos das associações, que ainda detêm 55 por cento, somam-se os 25 por cento para a liga profissional, 10 para a liga não profissional, 15 para o sindicato de jogadores, 7,5 para árbitros e outros 7,5 para treinadores.

Com a nova regulamentação, a liga profissional continuará a ter uma vice-presidência, por inerência, na Direcção da Federação Portuguesa de Futebol, mas perde a tutela das comissões de arbitragem e disciplina, que voltarão ao seio federativo.

Para cada uma das comissões "absorvidas" será criada uma comissão especializada dentro dos conselhos de Disciplina e Arbitragem.