Uma bela partida de carnaval era o que o Boavista se preparava para pregar no Estádio da Luz. Os axadrezados, bem organizados por Petit, conseguiram travar o Benfica durante 80 minutos, até ao golo da vitória de Gonçalo Ramos. Petar Musa fechou a contagem já no tempo de descontos com o 3-1 final.
Antes já tinha havido muita história, entre muitas oportunidades, Gilberto começou por dar vantagem à equipa da casa aos 55 minutos e Yusupha havia empatado tudo aos 58 minutos. Pelo meio, João Mário também falhou uma grande penalidade.
Com este resultado, o Benfica mantém a vantagem pontual sobre o FC Porto (cinco pontos), enquanto que o Boavista fica no oitavo lugar.
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Schmidt e Petit com alterações forçadas
No Estádio da Luz, Benfica e Boavista apresentaram-se com algumas alterações, mas todas forçadas por questões disciplinares. Schmidt colocou Gilberto no lugar de Bah (expulso no jogo da Taça de Portugal frente ao SC Braga), enquanto que Petit optou pela entrada de Ibrahima e Sasso para os lugares dos castigados Seba Pérez e Abascal.
Em termos táticos, o técnico dos encarnados disse não saber o que esperar deste Boavista, que tanto poderia com três ou quatro defesas. Os axadrezados entraram no encontro claramente com um sistema de quatro elementos mais recuados, que no geral fazia um 4-2-3-1.
Já o Benfica foi fiel ao habitual sistema tático, também um 4-2-3-1, com destaque para Gilberto a ser um dos elementos mais ativos no jogo exterior e na tentativa de cruzamentos para a grande área. Em zonas mais interiores, Aursnes, João Mário e Rafa iam dividindo o posicionamento no apoio ao ponta de lança Gonçalo Ramos. Chiquinho manteve o papel que o tornou como sucessor de Enzo Fernández. Na segunda parte, a entrada de Neres trouxe uma equipa com os olhos ainda mais postos na baliza.
Água mole em pedra dura tanto bate mas não fura
Este é o resumo da primeira parte que se assistiu entre Benfica e Boavista. Uma equipa claramente por cima e com os olhos postos na baliza, enquanto outra tentava adiar o primeiro golo de todas as formas possíveis.
O Boavista não se apresentava com um sistema recheado de defesas, mas mostrava-se agressivo e inteligente na forma como travava as investidas ofensivas do Benfica. Já os encarnados, não passavam da troca de bola ofensiva até que na hora da chegada à área, a equipa mostrava-se desinspirada.
Logo no primeiro minuto, Rafa até parecia antever um golo madrugador, mas a bola passou rente ao poste da baliza de Bracali. O Benfica aparecia a pressionar alto, mas o Boavista não queria ceder o 1-0.
Depois de um primeiro sufoco, eis que surge o momento em que a Luz esperava o primeiro golo. Aos 14 minutos, Bruno Lourenço derrubava João Mário mesmo no limite da grande área e Grimaldo preparava-se para fazer aquilo que melhor sabe. Valeu à equipa da Cidade Invicta um desacerto (invulgar) do espanhol.
Aos 25 minutos, foi Gonçalo Ramos a desperdiçar o golo, mas esta não seria a única aparição do internacional português antes do tempo de intervalo.
A partir da meia-hora de jogo, o Benfica parecia mais conformado na ineficácia ofensiva e o jogo arrefeceu de ambos os lados. Foi assim preciso chegar aos 45 minutos para se gritar golo na Luz, mas por ilusão de ótica. Gonçalo Ramos atirou à malha lateral e enganou grande parte do público no Estádio. No último minuto de compensação, foi Bracali a virar herói e outra vez a negar o golo ao camisola 88 das Águias. Gilberto esteve bem no cruzaento, mas os reflexos do guardião boavisteiro foram ainda melhores a impedir a tranquilidade na equipa da casa ao intervalo.
Gonçalo Ramos tanto tentou que marcou
No segundo tempo, Schmidt não quis esperar e lançou logo David Neres para o lugar de Florentino. A ordem era clara: atacar de todas as formas em busca do 1-0.
E foi isso mesmo que aconteceu, o Benfica entrou a todo o gás no segundo tempo e a defesa de Petit colocava as mãos à cabeça na altura de tirar a bola. Enquanto de um lado, a ordem era rematar, do outro era aliviar o sufoco.
Aos 46, Aursnes lançava um míssil de fora de área, mas que passava ao lado da baliza. Nos dois lances seguintes, os encarnados protestavam contra Hélder Malheiro, já bastante visado na primeira parte. Primeiro foi um lance de Rafa e depois Gonçalo Ramos, após uma saída em falso de Bracali em zona proibitiva.
Foi aos 55 minutos que a Luz suspirou de alívio. Em mais um lance de insistência com Grimaldo a cruzar pela esquerda, apareceu Rafa a cabecear para grande defesa do guardião adversário, que não impediu a recarga impetuosa de Gilberto. O substituto de Bah fazia valer a entrada no onze e ajoelhava-se visivelmente emocionado. Estava feito o 1-0.
Quando parecia que o Benfica teria o jogo controlado, eis que o Boavista surpreendeu e, numa das raras oportunidades em que chegou à frente marcou. Aos 58 minutos, Yusupha fez o golo do empate e o Estádio da Luz silenciou-se.
A intranquilidade começava a tomar conta dos adeptos do Benfica e o rumo do jogo voltava a ser igual ao que já se tinha visto. Aos 69 minutos, tudo parecia estar pronto a inverte-se para o Benfica. Após recurso ao VAR foi assinalada grande penalidade e todos sabem a eficácia de João Mário. Pois bem, Bracali voltou a ser herói e negou aquele que seria o 2-1 ao internacional português, reflexo claro de uma equipa em dia não.
Com o tempo a apertar, Schmidt recorria ao banco e refrescava a velocidade com Gonçalo Guedes a entrar para o lugar de Rafa. Petit também respondia pouco depois com a entrada de Vukotic para o lugar de Bruno Lourenço.
Foi nos minutos finais que o jogo ganhou ainda mais êxtase. Aos 82 minutos, Gonçalo Ramos quando tinha o mais difícil nos pés conseguiu mesmo aquele que era o 2-1. O avançado português tirou um adversário do caminho e atirou em modo 'trivelada' para o fundo das redes do Boavista. O golo da vitória estava mesmo reservado para esta altura.
A equipa de Petit acabou mesmo por morrer na praia e ainda houve tempo para o 3-1 do recém-entrado Musa.
Os axadrezados ainda tentaram uma restea de esperança por Yusupha, mas Vlachodimos aproveitou para brilhar entre os postes e segurar o resultado final.
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